Fuga em massa de presídio poderia libertar Alan ‘Índio’, um dos líderes da FDN. Túnel será concretado

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) ainda não tem as dimensões exatas do túnel encontrado no Centro de Detenção Provisória Masculino 1 (CDPM 1), localizado no KM 8 da BR-174 (Manaus-Boa Vista), que foi encontrado nesta terça-feira (13).

Nesta quarta (14), os trabalhos na cela 6 do pavilhão 5, onde o túnel foi achado escondido debaixo do vaso sanitário, são para retirada de material da escavação, incluindo lama. Para os oito presos da cela onde foi encontrado o túnel, os procedimentos cabíveis serão para dano ao patrimônio público.

FDN

Nas celas do pavilhão, estão presos de alta periculosidade, entre eles Alan Sérgio Martins Batista, o Alan “Índio”, um dos líderes da facção criminosa Família do Norte (FDN). Ele foi preso em julho deste ano numa batida da Polícia Militar.

Segundo investigações da Seap, o túnel estava concluído e há possibilidade, pelo formato de escavação, de que possa existir uma conexão externa para dar vazão à fuga em massa.

“Frustramos um plano de fuga em massa que seria colocado provavelmente em prática neste fim de ano ou este mês. Estamos empenhados em fazer o isolamento do local e apurar todas as responsabilidade e aplicar as punições”, disse o secretário da pasta, coronel da PM Cleitman Coelho.

De acordo com o Departamento de Inteligência Penitenciária (Dipen), a estimativa era que 250 detentos do pavilhão iriam tentar escapar pelo túnel.

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Isolado

O local foi isolado e nesta quarta-feira (14) será feito o serviço de concretagem da escavação. O patrulhamento da unidade prisional também foi reforçado agentes da Coordenação do Sistema Penitenciário (Cosipe) estão na unidade para evitar qualquer tipo de convulsão no sistema penitenciário.

Quem é Alan Índio?

Durante uma batida da PM na Compensa, em julho, o traficante Alan Sérgio Martins Batista, o “Índio”, foi um dos presos, tendo a prisão preventiva decretada pela Justiça.

Ao baixar para o CDPM, o traficante ganhou um “salve geral” da FDN, que o transformou em principal distribuidor do “material que chegar no Estado”.

Com Alan foram presos ainda Edson Benedito da Silva, 49; Josué Moraes de Almeida, 30, e Messias Rocha de Araújo, 21. Com os quatro estavam ainda Elwis da Silva dos Santos, 26; Leomir Rosas do Carmo, 32; e Renato Silva de Carvalho, 27.

Tráfico

Preso em 2015 por tráfico, Alan foi detido novamente em outubro de 2017. Ele estava com outros três integrantes num sítio de luxo no KM 60 da rodovia AM-010.

O grupo se reunia num apartamento localizado num condomínio ao lado do 23º Distrito Integrado de Polícia (DIP) e comandava a contabilidade do tráfico da facção.

Com “Índio” foram presos ainda Josué Moraes de Almeida, Edson Benedito da Silva, conhecido como “Velho”, e Messias Rocha de Raújo. No apartamento no condomínio Acqua, no Parque Dez, zona Centro-Sul, aconteciam as reuniões dos líderes.

Milhões em movimento

Com a prisão, a polícia também apreendeu uma lista da contabilidade do tráfico, com diversos nomes, valores, quantidades de drogas e apelidos.

O grupo movimentava valores muito altos, que chegavam a R$ 150 mil e R$ 190 mil, e que somados passavam facilmente de R$ 1,5 milhão, além de anotações referentes a pagamentos que podem ser feitos em cartão, prestação, entre outros.