Esposa de motorista de Uber assassinado diz que não desistiu do marido nenhum minuto. Quadrilha é presa

Quadrilha tinha funções bem definidas para realizar assaltos a motoristas de aplicativos de transporte individual. Fotos: Erlon Rodrigues/ PC-AM

O casal Adélia Frota Dias, 27, e Joel Dantas da Silva, 43, era quem acionava motoristas de aplicativo para realizar roubos e latrocínios (roubo seguido de morte), segundo a polícia. Eles agiam com mais outro casal, identificado como Alice Almeida de Souza, 34, e Junio da Silva Pereira, o “J2”, todos presos nesta terça-feira (16).

Policiais civis fizeram a prisão da quadrilha apontada como responsável pelo assassinato do motorista de Uber e do 99, Sidney Barbosa de Araújo, 41, morto com diversas facadas no dia 28 de setembro deste ano, após realizar uma última corrida na zona Leste de Manaus.

A vítima teve o corpo encontrado em um matagal na rua Rio Acari, na Colina do Aleixo, São José, com várias perfurações e a faca cravada em um dos olhos. A morte de Sidney teria sido provocada por ele ter reagido ao assalto no dia do crime.

A esposa

Motorista do transporte de aplicativo urbano, a esposa da vítima, de 37 anos, estava bastante emocionada na delegacia e disse ficar mais tranquila por saber que os assassinos do marido foram presos.

“Espero que nunca mais saiam da cadeia. Mataram um pai de família, um homem de bem, que estava trabalhando para levar o sustento da casa. Eu não desisti do meu marido nenhum minuto, fui atrás dele quando não voltou para casa, mas infelizmente ele foi morto”.

Foragido, “Pivete” é o quinto integrante envolvido no latrocínio

Foragido

Além do quarteto há Luciano Bezerra Ramos, 19, o “Pivete”, que segue foragido e seria o autor do homicídio. Batizada de “Operação Rota 99”, a ação serviu para cumprir os mandados de prisão em nome dos quatro envolvidos, e foi realizada por equipes da Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículos (Derfv) e também do 12° Distrito Integrado de Polícia (DIP).

Segundo o delegado titular da Derfv, Cícero Túlio, Adelia e Joel eram responsáveis por solicitar as corridas por meio do aplicativo, possibilitando que Junio e Luciano realizassem os roubos aos motoristas.

Alice tinha a função de dar apoio logístico ao grupo, cedendo a sua casa para esconderijo e para guardar os produtos provenientes dos roubos. “Outra vítimas reconheceram a quadrilha e em consulta ao Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp), foi constatado que Junio tem passagem pela polícia por roubo, e Adelia por tráfico”, falou o delegado.

Outro homicídio

Junior e “Pivete” ainda são investigados por um homicídio ocorrido no início do mês, no Parque Dez, que está a cargo da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).

Cícero Túlio espera que com a divulgação das fotos do bando, mais vítimas apareceram para dar queixa de ocorrências de roubos. Parte do bando foi preso em Presidente Figueiredo e um deles em Manaus.

Especializados

“As investigações iniciaram ainda no desaparecimento do veículo e do seu dono. O corpo da vítima foi encontrado no São José e rastreamos as últimas corridas. Identificamos todos os envolvidos e suas devidas funções nos crimes, e tentariam carbonizar o veículo, para evitar serem descobertos. Eles são especializados em assaltar motoristas de aplicativos”, disse Cícero.

Segundo o delegado Raul Augusto Neto, titular do 12° DIP, cada integrante tinha uma função, Joel emprestava o cadastro, a esposa Adélia solicitava a corrida e Junio, Alice e “Pivete” praticavam os roubos. Ao término dos procedimentos cabíveis, os quatro serão encaminhados à Central de Recebimento e Triagem (CRT) do sistema prisional.

Delegado Cícero Túlio explica que outras vítimas devem procurar delegacia para registrar ocorrência contra quadrilha

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