Justiça adia para agosto julgamento de Mano G, ex-FDN, pelo massacre no Compaj

Mano G será julgado sexta-feira

Por questões de segurança, Mano G, agora do Comando, será ouvido de Catanduvas, no presídio federal onde cumpre pena. Foto: Arquivo

Diretamente envolvido nas duas maiores chacinas ocorridas no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), o traficante e hoje um dos líderes da facção criminosa Comando Vermelho (CV) e ex-Família do Norte (FDN), Gelson Lima Carnaúba, o Mano G, teve o julgamento que aconteceria nesta sexta-feira (18), adiado para 31 de agosto, conforme decisão da Justiça.

A decisão foi da juíza Ana Paula de Medeiros Braga, desta quinta-feira (17), da 2ª Vara do Tribunal do Júri da capital, acatando parcialmente recurso da defesa do réu, que alegou não ter tido acesso ao áudio da testemunha Elgo Jobel Fernandes Guerreiro, que seria exibido durante o julgamento.

Áudio de testemunha

A defesa pediu ainda que o áudio não fosse exibido, o que foi rejeitado pela juíza, mas ela acatou o pedido para adiar o julgamento a tempo dos patronos do denunciado e do requerente terem amplo acesso ao áudio, sob “pena de cerceamento dos princípios do contraditório e da ampla defesa”.

Em sua decisão a juíza lembrou que a sessão do Tribunal do Júri anterior, envolvendo os denunciados, foi anulada em recurso da defesa pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), com base na quebra da incomunicabilidade dos jurados, não podendo este “Juízo permitir que se dê chance para uma segunda anulação do julgamento diante da violação dos princípios fundamentais dantes aludidos”.

Detido desde 2015   no presídio federal de Catanduvas (PR), Carnaúba iria depor por videoconferência, no mesmo formado que foi julgado o narcotraficante João Pinto Carioca, o João Branco, no mês de abril.

Videoconferência

O julgamento em pauta, agora adiada para agosto, diz respeito à chacina no Compaj de 2002, onde 14 pessoas foram assassinadas e oito ficaram feridas. Os réus são Carnaúba, Marcos Paulo da Cruz e Francisco Álvaro Pereira. Esse é o segundo julgamento do crime.

No primeiro julgamento, que aconteceu em 2011, Carnaúba foi condenado a 120 anos prisão, os demais a 100 anos, mas a sentença foi anulada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que acatou o pedido da defesa dos réus e determinou a realização de uma nova sessão de julgamento popular.

Marcos Paulo Cruz, preso Manaus, e Francisco Álvaro Pereira, preso em Mossoró (RN), estarão presentes no julgamento.

Segurança

Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), o sistema de segurança no Fórum Henoch Reis será reforçado com mais policiais, assim como o número de seguranças nos arredores do prédio deve ser aumentado.

Outra denúncia

Foi Carnaúba que fundou com o comparsa Zé Roberto a FDN, hoje o terceiro maior grupo criminoso do país. A chacina do Compaj de 2017 foi uma das maiores do Brasil e em alto grau de violência e barbárie, com decapitações e esquartejamento de vítimas rivais da facção, do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Ainda não há data para o julgamento dos 213 réus denunciados pelo massacre, que tem como um dos autores intelectuais e interlocutores o Mano G. Dele também partiu a ordem para a matança, que terminou com 56 mortos no presídio.

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