Denunciado como um dos executores do massacre do Compaj, primo de Zé Roberto está de volta à prisão

“Ari” foi detido na vila Itaquera, comunidade ribeirinha e de difícil acesso entre os Estados do Amazonas e Roraima. Fotos: Erlon Rodrigues/ PC-AM

Primo de Zé Roberto da Compensa, líder da facção Família do Norte (FDN), José de Arimatéia Façanha do Nascimento, 33, o “Ari”, está de volta ao Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), de onde estava foragido desde o dia 1º de janeiro de 2017.

Ele foi preso na madrugada da última sexta-feira (4), na comunidade Vila Itaquera, fronteira entre os estados do Amazonas e Roraima. “Ari” foi apresentado hoje, durante coletiva com os delegados Guilherme Torres e Juan Valério, diretor e diretor-adjunto, respectivamente, do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO).

Seaop

Os tenentes-coronéis da Polícia Militar do Amazonas, Klinger Paiva e Bruno Azevedo, secretário e coordenador operacional, respectivamente, da Secretaria-Executiva-Adjunta de Operações Integradas (Seaop), vinculada à Secretaria de Estado de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), também participaram da coletiva de imprensa.

Guilherme Torres informou que “Ari” foi preso em cumprimento a dois mandados de prisão preventiva, sendo um por homicídio qualificado e outro por roubo majorado.

A ordem judicial por homicídio qualificado foi expedida no dia 1º de novembro de 2017, pelo juiz Anésio Rocha Pinheiro, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.

Já o mandado de prisão por roubo majorado foi expedido no dia 20 de março de 2017, pelo juiz Luís Márcio Nascimento Albuquerque, da Vara de Execuções Penais (VEP). O infrator responde na Justiça a mais de 14 crimes, segundo o diretor do DRCO.

Ação integrada

A ação policial que resultou na prisão de José de Arimateia foi coordenada pelas equipes do DRCO e ocorreu em conjunto com policiais da Seaop, policiais militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e agentes da Divisão de Inteligência e Captura (Dicap), de Roraima.

Após colher informações sobre a localização de “Ari” foi traçada uma estratégia de captura. “Fizemos contato com a polícia de Roraima para nos auxiliar na prisão do infrator. Nós precisávamos chegar em determinado ponto, pegar uma embarcação, ir para outro município, após três dias seguindo pelo mato, via fluvial e via terrestre, chegamos até o local onde “Ari” estava escondido”, argumentou Klinger Paiva.

Delegados durante a coletiva que apresentou José de Arimatéia, que se diz um 02 do grupo de Zé Roberto. Foi operação bem mais demorada, mais complexa, mas para o ponto de vista operacional foi mais segura

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Rebelião no Compaj

Guilherme Torres ressaltou que José de Arimateia é apontado como um dos líderes de rebelião que aconteceu no dia 1º de janeiro de 2017, no Compaj, quando 56 pessoas foram mortas.

José de Arimateia é citado na denúncia feita à Justiça Estadual como um dos chamados “executores” da rebelião. Ele aparece em imagens das câmeras de segurança no pavilhão principal, segurando uma arma de fogo, na frente de outros detentos.

“Temos informações de que no momento em que o pavilhão três foi tomado pelos detentos, ele trocou tiros com policiais militares. José Arimateia também teria decapitado um dos mortos da rebelião”, disse Torres.

Investigação

Torres explicou que durante as investigações realizadas pelo DRCO foi constatado que José de Arimateia é primo do narcotraficante José Roberto Fernandes Barbosa, o “Zé Roberto da Compensa”.

“Ari” também é membro da facção criminosa comandada pelo narcotraficante, que está cumprindo pena na primeira prisão federal de segurança máxima inaugurada pela União, a Penitenciária de Catanduvas, no Paraná.

“O infrator se intitula o número dois da organização criminosa, depois do primo dele. Agora ele não é número dois da facção criminosa que atua Estado, como ele mesmo afirmou, mas sim o número dois na estrutura organizacional do “Zé Roberto da Compensa”. Ele também declarou que era gerente do narcotraficante”, relatou o diretor do DRCO.

Ao término dos procedimentos cabíveis na base do DRCO, “Ari” será reconduzido ao Compaj, onde irá permanecer à disposição da Justiça.

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