FDN Pura, de João Branco, ameaça autoridades do Estado, colocando preço na “cabeça” de PMs, delegados, juízes e promotores

"Salve" atribuído à FDN traz ameaças ao Judiciário

No último dia 14 de abril, Justiça condenou o narcotraficante João Branco a 30 anos e 2 meses de prisão pelo homicídio do delegado Oscar Cardoso. Novo “salve” atribuído à FDN Pura traz ameaças a PMs, delegados, promotores e juízes. Foto: Arquivo

Policiais militares e das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), delegados da Polícia Civil, promotores e juízes tiveram a “cabeça” colocada a prêmio, com valores citados para morte de autoridades, em mais um “salve” assinado agora pela facção criminosa Família do Norte (FDN) Pura, ligada ao grupo de João Pinto Carioca, o João Branco.

Com prisões e execuções de nomes de peso ligados à facção, a mensagem que viralizou nas redes sociais traz um “salve” geral da FDN Pura, dos “irmãos número 1 e número 2”, que estariam tristes com a Justiça do Amazonas.

No texto, eles afirmam que os irmãos tomaram uma “atitude altura do tamanho das injustiças”, e que passa a valer como ordem, e garantem estar “em guerra com as autoridades”.

Valores

A ordem no caso coloca preço para a morte de PM, no valor de R$ 10 mil; Rocam, R$ 20 mil; e delegado, de R$ 30 mil. A mensagem segue ameaçando o Poder Judiciário, no qual cada “juiz morto” equivaleria a R$ 100 mil e mais um cargo de conselheiro da FDN. O mesmo é atribuído para promotor.

O “salve” é uma espécie de recado dos integrantes para decisões tomadas ou ordens a serem executadas pelos chamados soldados do crime.

Caixinha

O texto traz detalhes de que é preciso o grupo se “dedicar dia e noite” e que o “dinheiro da caixinha tá disponível para comprar carros e armas”. A FDN Pura cita como responsáveis da “caixinha” nomes como Marquinho, Jacaré, Ratão e Melk.

Marquinho, por exemplo, é suspeito de pelo menos cinco homicídios na área do Tancredo Neves, zona Leste. Ele é Antonio Marcos Pereira Capucho, ou “Marquinhos Capucho”, responde a 7 processos no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), cumprindo pena na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) por tráfico.

Mas no último dia 23 de abril, dentro do processo de número 0243031-52.2010.8.04.0001 (001.10.243031-5), ganhou o direito de prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica, por 90 dias para fins de tratamento de saúde.

Segurança

Quanto ao salve, o Tribunal de Justiça do Amazonas informou que sempre adotou as medidas cabíveis em relação à segurança e continuará exercendo as suas atividades normalmente.

Para o diretor do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), delegado Guilherme Torres, ainda não foi confirmado de onde realmente saiu o “salve” e que tem sido muito comum notícias falsas, com o objetivo de criar pânico e instabilidade nas instituições, mas que ameaças não vão desestabilizar o sistema e a guerra contra o crime.

O “salve”

A mensagem divulgada como da FDN deixa evidente, novamente, o racha da facção criminosa com o Comando Vermelho (CV) no Estado.

Condenados

O narcotraficante João Pinto Carioca, o João Branco, foi condenado a 30 anos e 2 meses de prisão, em regime fechado, pelo assassinato do delegado da Polícia Civil, Oscar Cardoso. O crime ocorreu em 2014. A sentença foi proferida no dia 14 de abril.

Além de João Branco, foram condenados Marcos Roberto Miranda da Silva, o “Marcos Pará”, a 25 anos e 11 meses de detenção; Diego Bruno de Souza Moldes, que levou 25 anos e 11 meses; e Messias Maia Sodré, condenado a 21 anos e 4 meses.

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2 comentários

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  1. João disse:

    Será que a pena de morte imposta por traficantes e estas facções é só para as autoridades que fazem parte sistema de segurança pública, e ninguém no país, que faz parte da cúpula tomará uma posição, imposta pelos criminosos em colocar recompensa por morte: de PMs juízes, promotores, PCs e etc. Até quando vamos suportar este tipo de agressão por parte de bandidos.

  2. Observador disse:

    Aqui esses “bixo” só tem muito é lábia. Eles morrem de medo das autoridades estaduais. Isso é mero recado pra intimidação. Se fosse PCC, ainda daria algum crédito, mas FDN (Família de Nada) não tem força política nenhuma aqui; e olha que aqui é o berço deles.