Proposta medalha da Assembleia para juiz federal amazonense que atua na Lava Jato

Aleam vai conceder medalha Ruy Araújo ao juiz federal amazonense Vallisney de Souza Oliveira, em data a ser confirmada. Foto: Vallisney

A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) promulgou nesta quarta-feira (4) o projeto de resolução 658/17, que concede a medalha Ruy Araújo ao juiz federal Vallisney de Souza Oliveira.

A iniciativa é do deputado estadual Luiz Castro (Rede), em reconhecimento à notória eficiência do magistrado no combate à corrupção no País.

Amazonense do município de Benjamin Constant, o juiz atua na 10ª Vara Federal em Brasília, e vem se destacando pela competência no julgamento de processos da Operação Zelotes e pelo trabalho desenvolvido no âmbito da Lava Jato.

Mão pesada

Foi ele quem ordenou a prisão de Geddel Vieira Lima, após a descoberta de R$ 51 milhões no apartamento do ex-ministro dos governos Lula (PT) e Temer (PMDB). Ele tornou o ex-presidente Lula réu pela sétima vez, aceitando em setembro do ano passado denúncia do Ministério Público Federal (MPF).

O petista vai responder pelo crime de corrupção passiva por, supostamente, ter participado da “venda” da Medida Provisória (MP) 471, de 2009, que prorrogou os incentivos fiscais para montadoras instalavas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, investigado dentro da Operação Zelotes.

Denúncia

De acordo com a denúncia, Lula é acusado de beneficiar montadoras de veículos, que teriam prometido ao ex-presidente R$ 6 milhões em troca de benefícios para o setor, afirmam os procuradores do caso.

O deputado Luiz Castro reafirmou o apoio do seu partido, Rede Sustentabilidade, à operação Lava Jato e especialmente ao trabalho desenvolvido pelo juiz amazonense.

O juiz amazonense

Discreto e com 25 anos de carreira na Justiça Federal, Vallisney é conciso e duro nas suas decisões. Em 2016, ele foi responsável por transformar o ex-presidente Lula réu pela terceira vez, sob acusação de ter beneficiado a Odebrecht com empréstimos do BNDES em troca da contratação da empresa de um sobrinho.

Ele é célere em seus despachos e tem a mão pesada na área penal. Em seu discurso de despedida da Justiça Federal do Amazonas, onde atuou 14 anos antes de ir para Brasília, Vallisney declarou que “não pretendo ser nunca mencionado como o justiceiro ou vingador do povo ou cavaleiro que ganha todas as batalhas ou que nunca erra”. Mas até o momento, o juiz tem sido.

Judiciário

No Estado, ele foi fiscal de tributos estaduais (1981-1988), promotor de Justiça em Manaus (1988-1992) e procurador da República no Espírito Santo (1992), antes de se tornar juiz federal, aos 27 anos, em 1992.

Sua trajetória no Judiciário é ligada à área criminal, tendo atuado ainda em tribunais de júri para julgamentos de homicídios e ficou um tempo cedido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para auxiliar na tramitação de processos que investigavam autoridades com foro privilegiado. Ele tem livros publicados pela Universidade de Brasília (UnB).

Veja também
Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *