Polícia prende assassino do sobrinho do narcotraficante João Branco. Executor tinha cabeça a prêmio

Homicídio de sobrinho do narcotraficante João Branco não foi provocado por retaliação entre o crime organizado. Executor, Matheus Siqueira, estava jurado de morte por “Neném”. Foto: David Batista/ PMS

Matheus Siqueira Gomes, 19, vulgo “Kaká”, preso em flagrante durante a Operação Jejuardes, deflagrada nesta quinta-feira (22) à noite, confessou ser o autor da execução do sobrinho do narcotraficante João Pinto Carioca, o João Branco, líder da facção criminosa Família do Norte (FDN).

A vítima, Francisco Adelandio Marques Carioca, conhecido como “Neném”, 34, foi assassinado no dia 12 de fevereiros, quando cortava o cabelo em um salão na rua Ouro, na Cidade de Deuz, zona Norte.

Depoimento

Matheus foi preso pelas equipes do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO),da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) e Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículos (Derfv) após o assalto a uma escola ontem à noite, no Educandos, zona Sul.

Durante depoimento na Delegacia Geral, “Kaká” confessou ter matado “Neném”, conforme apontavam investigações da DEHS, e que a arma apreendida durante o assalto foi a mesma usada no homicídio. Matheus foi detido ainda com quatro aparelhos celulares e um veículo, também roubado.

Retaliação

“Após o crime, iniciamos uma sequência de investigações e diligências, dando prioridade a esta execução, porque poderia desencadear outros crimes. Como não havia retaliação e nem ligação da morte de “Neném” com outros homicídios na área, acabamos por identificar que foi um crime circunstancial, cometido por Matheus que estava jurado de morte pelo traficante”, explicou Juan Valério.

O delegado disse que “Kaká” estava agindo na área de atuação do sobrinho do narcotraficante, o Braga Mendes, chamando atenção da polícia para o tráfico na região. Ele costumava roubar carros e motos no bairro.

“O Matheus já tinha trabalhado para o “Neném”, e tinha a cabeça a prêmio. Ele aproveitou um momento e fez a execução, descrevendo toda a cena, como as nossas investigações e testemunhas apontavam. Agora vamos solicitar a prisão preventiva dele por este homicídio”.

Nova fase

O delegado geral da Polícia Civil, Mariolino Brito, explicou que essa fase da Jejuardes já iniciou com êxito na retirada de um infrator procurado e de alta periculosidade. “Vamos continuar pelos bairros para reduzir os índices de criminalidade em conjunto com todos os órgãos do sistema de segurança”.

Receptação

Segundo o titular da DEHS, delegado Juan Valério, Matheus foi autuado por roubo majorado e ainda indiciado pela morte do sobrinho do narcotraficante.

Ele será encaminhado para audiência de custódia no Fórum Ministro Henoch da Silva Reis. Ele responde a um processo por receptação, segundo consulta ao site do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).

Líderes

Os  líderes da facção FDN são, além de João Branco, José Roberto Fernandes Barbosa, o Zé Roberto da Compensa, e Gerson Carnaúba, o Mano G.

Mesmo presos em presídios federais, ainda ditam regras ao comando atual da organização, assim como são responsáveis pela guerra interna da facção. A participação de parentes do traficante no grupo foi divulgada em 2015, pela Polícia Federal, durante a realização da Operação La Muralla.

De acordo com um organograma divulgado pela PF, o irmão de João Branco, Manoel Ivani Pinto Carioca, e o sobrinho, Francisco Sidney Marques Carioca, participavam ativamente da FDN. Francisco Sidney, o “Neyzinho”, que é irmão de “Neném”, foi preso em março de 2015.

Traficante “Neném” foi executado com pelo menos quatro tiros na cabeça

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