Se votar, não volta!

É hora de intensificar a campanha contra a reforma da Previdência. É hora de lembrar aos parlamentares que os trabalhadores saberão punir nas urnas quem votar contra os seus direitos e a favor dos poderosos. As eleições já estão bem ali, e os políticos precisam de votos. É necessário proteger as aposentadorias e pensões e evitar que sejamos empurrados para a chamada previdência privada, onde os grandes banqueiros engordarão ainda mais os seus lucros.

O governo já anunciou que pretende colocar em votação a PEC 287 já no dia 18 de dezembro, fato que altera profundamente a previdência social dos trabalhadores da iniciativa privada e dos servidores públicos. Sabemos que a previdência precisa mesmo é de gestão e não de reforma.

Estamos vendo muito rapidamente a destruição de direitos: aprovaram a terceirização ilimitada e a reforma trabalhista. Agora se voltam contra a previdência, querendo aprovar uma coisa tão profunda sem debate e com mentiras. Milhões de reais foram gastos pra essa aprovação. Dinheiro que sai das escolas e dos hospitais para mudar a opinião pública, tão desconfiada e agredida por tanta corrupção, sonegação, renúncias fiscais e inadimplência.

Em mensagem postada nas redes sociais, o Sindireceita alerta que se você se importa com o seu futuro é bom ficar sabendo que a Previdência perdeu mais de três trilhões de reais devido à sonegação, desvios e dívidas nos últimos anos, dinheiro que saiu do bolso do trabalhador e nunca chegou aos cofres da Previdência Social.

Enquanto querem acabar com a sua aposentadoria, a lista dos maiores sonegadores da Previdência tem de tudo, de banco que não paga imposto e vende previdência privada a empresas envolvidas em esquemas de corrupção e que vivem sonegando impostos. Não acredite em quem quer tirar seus direitos e não vote em quem é a favor da reforma da Previdência e contra o trabalhador.

A reforma do Temer trará endurecimento dos requisitos para a aposentadoria, redução do seu valor e diminuição dos benefícios. Por outro lado, sabemos que o Regime Geral de Previdência deixou de arrecadar R$ 57,7 bilhões com isenções e renúncias fiscais no ano passado. Em 10 anos essas renúncias superarão a economia pretendida com a reforma.

Sabemos que a CPI da Previdência no Senado Federal atestou que não existe déficit da Previdência Social ou da Seguridade Social, e que o eventual resultado negativo deve ser observado analisando o conjunto agregado das contas públicas, que poderá resultar em superávit ou déficit a depender do comportamento da arrecadação e da administração das despesas num determinado exercício fiscal.

O Governo Federal manipula a divulgação do resultado financeiro da Previdência Social quando o segrega da Seguridade Social, utilizando uma metodologia inadequada e tendenciosa para os resultados que deseja vender à população.

Neste momento, pouco importa se você é trabalhador público ou privado, todos estão ameaçados e é chegada a hora de manter a mobilização para impedir a aprovação dessa reforma. A estratégia agora é abordar os parlamentares e pressioná-los a votar contra essa reforma excludente, que joga a conta da má gestão dos recursos nas costas do trabalhador.

Aplaudo a atitude dos duzentos manifestantes que protestaram nesta segunda no Aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza, dentre eles, servidores públicos liderados pelo competente Juracy Soares, da Auditece Sindical. Com placas, cartazes, panfletos, apitos, buzinas e com o grito de guerra “Se votar, não volta!”, a manifestação fez lembrar que temos o que os políticos mais gostam: os votos.

 

 

Augusto Bernardo Cecílio

Augusto Bernardo Cecílio

* Auditor fiscal da Sefaz, coordena o Programa de Educação Fiscal no Amazonas.

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