Empresário de transportadora afirma que não teve participação em esquema da Maus Caminhos

Operação Custo Político fez o bloqueio de R$ 67 milhões de empresários e ex-secretários do Estado envolvidos em esquema criminoso de desvio de dinheiro da saúde. Foto: PMS

O empresário Francisco Sampaio Neves, o Chaguinha, dono da Transportadora Aliança, falou ao Portal Marcos Santos que não foi preso na Operação Custo Político, deflagrada nesta nesta quarta-feira (13), como a segunda fase da Operação Maus Caminhos, pela Superintendência Regional da Polícia Federal no Amazonas.

Segundo Chaguinha, ele foi conduzido coercitivamente para prestar esclarecimentos na sede da superintendência. Ele informou que está à disposição da Justiça e que não teve nenhuma participação em qualquer operação ilegal.

Corrupção

A Operação Custo Político tem por objetivo investigar os crimes de corrupção ativa, de corrupção passiva, de lavagem de capitais e de organização criminosa.

Entre os alvos estão dois ex-secretários de saúde, o ex-secretário de Administração e Gestão, o ex-chefe da Casa Civil, bem como dois ex-secretários executivos da Secretária de Saúde do Amazonas.

Irmão do governador

Um dos alcançados, levado de casa pela PF, foi Evandro Melo, ex-secretário de Administração e irmão do ex-governador José Melo. Os ex-secretários estaduais de Saúde Wilson Alecrim e Pedro Elias também estão lá.

Desde 5h, policiais vindos de outros Estados cumprem mandados da juíza federal Ana Paulo Serizawa. A coordenação do trabalho é do delegado Alexandre Teixeira.

Mandados

Nesta fase, estão sendo cumpridos três mandados de prisão preventiva, 9 mandados de prisão temporária, 27 conduções coercitivas, 27 mandados de busca e apreensão, 18 mandados de sequestro de bens móveis e imóveis, incluindo uma aeronave Cessna560 XLS.

A Justiça determinou o bloqueio dos bens e valores dos investigados no montante de aproximadamente R$ 67 milhões visando o futuro ressarcimento do Estado.

Crimes

Os crimes eram praticados por membros da organização criminosa alvo da primeira fase que, utilizando-se dos recursos públicos desviados do Fundo Estadual de Saúde do Amazonas, realizavam pagamentos de propina a agentes políticos e servidores públicos.

O objetivo do grupo era obter facilidades dentro da Administração Pública estadual, tais como agilizar a liberação de pagamentos, obtenção de contratos públicos e o encobrimento dos ilícitos praticados.

O nome da Operação Custo Político é uma referência à expressão utilizada pelo empresário Mouhamad Moustafa para denominar as vantagens indevidas (propinas) pagas aos ex-secretários e outros servidores públicos.

Desdobramento

A operação em curso tem execuções em Manaus, São Paulo, Recife e Brasília, contando com 135 policiais federais, e seis servidores da Controladoria Geral da União (CGU). O Ministério Público Federal (MPF) confirmou que a ação de hoje é um desdobramento da Maus Caminhos.

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