Record anuncia morte de Marcelo Rezende, do Cidade Alerta, que ajudou a prender bandido no Amazonas

Marcelo faleceu hoje à noite

O jornalista Marcelo Rezende morreu hoje (16/09), aos 65 anos, após lutar contra um câncer no pâncreas, desde o final de abril. A notícia da morte foi publicada há pouco no R7, o site da Rede Recorde, onde ele trabalhava. O Hospital Moriah, onde Marcelo estava internado desde terça-feira (12/09), confirmou a informação.

Marcelo Rezende se fez próximo dos manauaras quando tornou Fabíola Gadelha, então repórter da TV A Crítica, uma figura conhecida nacionalmente pela alcunha de “rabo de arraia”. Ele a levou para São Paulo e a escalou para cobrir as próprias férias com salário presumido de R$ 150 mil, embora nunca confirmado oficialmente, inacreditável para os padrões locais.

O jornalista anunciou que estava doente em rede nacional, durante uma entrevista ao Domingo Espetacular, no início de maio, horas antes de ser internado pela primeira vez, lembrou o R7. Ele apresentava o Cidade Alerta desde 2012.

O apresentador criou bordões consagrados. O “corta pra mim” virou título de sua autobiografia (Editora Planeta, 2013).

Marcelo nasceu no Rio de Janeiro, em 12 de novembro de 1951, em casal de baixa renda, de bancário e funcionária da aeronáutica. Aos 16 anos se mudou para a Bahia e viveu em uma comunidade hippie. Foi visitar a redação do Jornal dos Sports, no Rio de Janeiro, e virou jornalista, aos 17 anos. Passou para a Rádio Globo, O Globo, revista Placar e TV Globo, onde chegou em 1987. Foi do Esporte ao jornalismo investigativo, onde conquistou vários prêmios.

Marcelo Rezende virou apresentador no programa Linha Direta, em 27 de março de 1999, reconstituindo crimes praticados por foragidos da justiça. A primeira versão, feita em 1990, durou só quatro meses no ar. A atração incentivava os telespectadores a denunciar o paradeiro dos criminosos ou fornecer pistas que ajudassem na solução dos casos. O jornalista trabalhou sete meses montando uma equipe de 50 profissionais para colocar o programa no ar, diz o R7.

Um dos casos desvendados pelo Linha Direta ocorreu em Parintins-AM. Um criminoso, vindo do Nordeste, aportou na ilha, casou com uma mulher conhecida na cidade e os moradores só ficaram sabendo de quem se tratava pelo programa. Ele ainda tentou matar a companheira, ferindo-a na cabeça, mas a polícia o prendeu e o entregou à Justiça.

Marcelo Rezende deixou a Globo e, em 2002, foi para a Rede TV!, no Repórter Cidadão. Em 2004 foi da Record TV, como apresentador da primeira versão do Cidade Alerta, até 2006, voltando à Rede TV! e mudando para o RedeTV!News. Só saiu de lá em 2008. Em 2010 estreava na Band o “Tribunal na TV”, nos moldes do Linha Direta. No mesmo ano voltou à Record TV, como repórter especial do Domingo Espetacular, no ano seguinte virou apresentador do Repórter Record e, em 2012, reassumiu o comando do Cidade Alerta, onde se consagrou.

Em setembro de 2015, afirma o R7, o Cida Alerta venceu por, pelo menos três vezes, o Jornal Nacional, fato até então inédito na televisão. Quando não ficava na frente, por várias vezes, o Cidade Alerta empatava no período de confronto direto entre os dois noticiários. “Um marco histórico, já que, desde a estreia, em 1969, o Jornal Nacional sempre teve a liderança isolada de audiência”, diz o portal da Record.

Um exame, do dia 28 de abril, revelou o câncer e Marcelo ainda apresentou três edições do programa. Durante o período em que esteve fora do ar usou as redes sociais para se manter em contato com o público. Em todas as mensagens, o apresentador passou demonstrações de confiança e fé. Marcelo Rezende deixa cinco filhos e uma neta.

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