Dono do Ariaú Towers, Ritta Bernardino, envolvido em disputa entre filhos e companheira atual

O advogado e empresário Francisco Ritta Bernardino, 84 anos, dono dos hotéis Ariaú Towers e Mônaco, está no centro de uma disputa que envolve os filhos do casamento, ainda não oficialmente desfeito, a companheira atual, Maria da Conceição Saraiva e Silva, conhecida como Rosa, e outros filhos fora do casamento. A contenda chegou à Justiça, na 4ª Vara de Família, onde os quatro filhos do casamento pedem a interdição dele, que luta contra uma doença degenerativa, possivelmente Alzheimer.

Uma postagem no FaceBook, teoricamente oriunda do perfil do empresário, desencadeou uma série de reações. “Não tenho mais celular e não consigo me comunicar com ninguém. Estou em cárcere privado. Preciso da ajuda dos meus amigos e familiares”, escreveu.

rita-oab

O presidente da OAB-AM, Marco Aurélio Choy (esquerda), Rosa, Ritta (sentado), Glen Wilde e Robert Lincoln, durante a visita, no dia 21 de janeiro, à casa do empresário-advogado. Foto: FaceBook da OAB-AM

O próprio presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas (OAB-AM), Marco Aurélio Choy, provocado por um advogado (Oliveira Advogados), chamou o ouvidor-geral da instituição, Glen Wilde do Lago Freitas, e o vice-ouvidor, Robert Lincoln da Costa Areias, e os três foram de surpresa à casa de Ritta, que é ex-conselheiro estadual. “Conversamos com ele, inclusive sozinhos, sem problemas”, afirma.

A casa do empresário-advogado, na rua Natal, Vila Municipal, em Adrianópolis, também foi palco do interrogatório, que é parte da instrução do processo em que a família pede a interdição dele. O juiz titular da 4ª Vara de Família, Luís Cláudio Chaves, notificou e intimou as partes e foi até lá, levando consigo o promotor de Justiça Michel Martins, que atua na vara há 25 anos, e a advogada dos filhos. Foram recebidos pelo próprio Ritta, acompanhado de dois advogados, e por Rosa. Ele próprio, segundo uma fonte do portal, teria falado no processo, que corre em segredo de Justiça.

Ritta Bernardino afirmava, entre os amigos, possuir 104 imóveis em Manaus, além de outros na Zona Rural e em diversos Municípios, principalmente Iranduba, onde está o Ariaú Towers, e Manacapuru, além de propriedades em Portugal e Estados Unidos. Quarenta dos imóveis manauaras seriam galpões, cujo aluguel mensal médio, de cada um, está avaliado em R$ 30 mil.

O caso chegou a ter um pedido de busca e apreensão do empresário, pelo alegado cárcere privado, emitido pelo juiz da 6ª Vara de Família, Vicente de Oliveira Rocha Pinheiro. No decorrer da discussão, outros alegados herdeiros, inclusive uma pessoa que se diz mãe de um filho de 19 anos, concebido fora do casamento, além de outras mulheres que se dizem ex-companheiras de Ritta, procuraram escritórios de advocacia para também tentar obter benefícios pecuniários.

Um especialista em Direito de Família, ouvido pelo portal, afirmou que o novo Código Civil não admite mais a figura da “incapacidade absoluta”, na qual o interditado perde os direitos sobre os próprios bens e é nomeado um curador ou curadores do patrimônio. Agora, por mais grave que seja o caso, o código admite apenas “parcialmente incapazes”.

Os filhos de Ritta Bernardino já teriam feito as contestações no processo, dentro do prazo legal de cinco dias após o interrogatório, estando os próximos passos dependentes da volta das atividades forenses, nesta segunda-feira (15/02). Uma perícia médica deve ser requerida para atestar o grau da incapacidade do empresário-advogado, antes da decisão de mérito sobre o pedido de interdição e nomeação do(s) curador(es) ou a manutenção da posse dele sobre o patrimônio que construiu.

A transcrição da conversa no FaceBook em que Ritta pediu ajuda por estar "em cárcere privado", iniciando a polêmica

A transcrição da conversa no FaceBook em que Ritta pediu ajuda por estar “em cárcere privado”, iniciando a polêmica

Veja também
Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *