A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias abre templo da Ponta Negra à visitação

Desde segunda-feira, às 9h, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias abriu o Templo de Manaus, na Ponta Negra, à visitação pública. A ordem de convites começou com os fiéis (segunda), de terça a amanhã, quinta, será a vez dos convidados e entre sexta-feira (18/05) ao dia 2 de junho o povo em geral. “Dia 10/06, o templo será dedicado e a partir de então somente os fiéis com mais de um ano de igreja poderão frequentá-lo, para ordenanças, instruções, promessas e orações”, disse o Élder Cláudio Costa, presidente da denominação no Brasil.

Élder é um título de sacerdócio na Ordem de Melquisedeque, a principal da igreja, e Cláudio está em Manaus especialmente para a consagração do templo. Ele já foi, antes de assumir o comando nacional, presidente de missão em Manaus, representante regional, conselheiro de presidente de Estaca (correspondente à Diocese católica) e bispo, tudo na capital amazonense.

O blog esteve no templo (veja galeria de imagens na página principal) e viu um interior ricamente decorado. “A construção do templo foi baseada nas instruções bíblicas detalhadas, referentes ao Templo de Salomão”, explicou o guia do grupo.

Carpetes, lustres, fechaduras, mármores e até detalhes folhados a ouro nas paredes dão ao local o ar de suntuosidade pretendido desde os tempos ancestrais, para invocar a presença divina em locais como esse. O mundo conhece melhor, até pela influência da Igreja Católica, a Catedral de São Pedro, no Vaticano, como o mais imponente templo religioso do planeta, acumulando obras originais de grandes artistas do renascimento italiano, a começar por Pietá, de Michelangelo – um dos seus arquitetos – e o piso decorado com mármore travertino.

O visitante é conduzido pelas diversas salas, ao mesmo tempo em que vai aprendendo sobre a doutrina de Joseph Smith Jr., o primeiro Élder da igreja. A sala de “selação”, por exemplo, “sela” os casais, pelo matrimônio, no céu e na terra, entre si e aos filhos. A “sala celestial” é o ponto máximo da visita, num ambiente que simboliza o encontro com Deus e onde todos guardam o mais absoluto silêncio.

O visitante pode perguntar o que quiser a missionários que aguardam nas barracas improvisadas do lado de fora e que serão retiradas assim que a visitação terminar. Nada é tabu. Bigamia? “Havia muitas guerras e os fiéis recebiam as famílias dos mortos para ampará-las. As viúvas não se tornavam esposas, mas todos imaginavam que era assim”, chegou a dizer uma missionária. Construção que resiste a terremotos? “Todas as capelas são construídas para servir de abrigo em catástrofes, inclusive terremotos”, diz o assessor de imprensa no Amazonas, Adson Matos.

Uma curiosidade muito comum é sobre a imagem na cúpula da igreja. “É o anjo Morôni”, diz o guia. Morôni foi o último da tribo dos nefitas, destruída pelos lamanitas, em guerras primitivas. Ele deixou os capítulos 8 e 9 do Livro de Mórmon, base da doutrina da igreja, e teria sido descrito no livro de Apocalipse 14:6, como “o anjo que anuncia o evangelho”, antes do juízo final. Sua imagem, no templo de Manaus, é toda banhada a ouro.

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias vai realizar uma “celebração cultural”, dia 9, na Arena Amadeu Teixeira, antes da consagração, dia 10. “Nossa expectativa é de receber até 100 mil pessoas no templo, nos dias de visita aberta”, afirma o assessor de imprensa nacional Nei Garcia.

Os planos de construção do templo, que atenderá aos cerca de 40 mil fiéis, em 80 congregações da Região Norte, foram anunciados em 23 de maio de 2007 e o início da construção (abertura da terra) ocorreu em 20 de junho de 2008. A Igreja dos Santos dos Últimos Dias se instalou no Amazonas em 1967 e os fiéis, naquela época, eram obrigados a viajar de barco e de ônibus para adorar no templo de São Paulo.

A igreja tem agora 138 templos no mundo e seis no Brasil. Os outros estão localizados em Recife, Campinas, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. Um novo templo está em construção em Fortaleza.