Suframa chama MPF para a briga e MPF topa

O Ministério Público Federal do Amazonas (MPF-AM) move ação para anular o contrato da Superintendência do Desenvolvimento da Zona Franca de Manaus (Suframa) com a Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi). Os dois lados começaram trocando farpas. Agora começaram a soltar notas onde passaram para o chute na canela.

“É uma verdadeira orgia com o dinheiro público decorrente de uma licitação sem projeto básico adequado e direcionada para uma entidade que, estruturada com recursos federais, presta serviços onerosamente há décadas à Suframa”, diz o MPF sobre o contrato, em nota distribuída à imprensa e publicada no site da instituição, conforme você pode ler clicando aqui.

O Diário do Amazonas deu destaque a isso, na edição de 31/03: “Dinheiro público: Contrato da Suframa com a Fucapi é uma ‘orgia’, diz MPF”. No dia seguinte, o jornal publicou nota da Suframa dizendo que o MPF-AM já se havia pronunciado sobre o mesmo caso, no Mandado de Segurança Nº 2008.32.00.002465-0, o que demonstra que a licitação foi apreciada “definitivamente”, pela Justiça Federal.

Hoje (01/04), o MPF-AM encarou a briga e emitiu Nota Oficial sobre a resposta da Suframa. Leia a íntegra:

“NOTA DE ESCLARECIMENTO

Em resposta à nota divulgada ontem (31) pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), o Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) esclarece que:

1.O mandado de segurança a que se refere a nota da Suframa tratava de direito individual da empresa impetrante, que questionava pontos específicos de itens de julgamento de sua proposta apresentada na licitação. Nos autos do processo, sequer constava a totalidade dos documentos referentes ao processo licitatório. A manifestação do MPF/AM no âmbito do mandado de segurança foi restrita aos questionamentos dos autos e não vincula absolutamente a instituição em outros processos em tramitação ou que venham a ser propostos futuramente.

2.A ação de improbidade administrativa ajuizada pelo MPF/AM foi originada de um inquérito civil público que possui mais de 27 volumes e mais de cinco mil páginas e cujo exame levou cerca de um ano para ser concluído. A profunda análise das provas decorrentes de diligências embasa de maneira robusta o entendimento do MPF/AM a respeito das irregularidades que permearam todo o processo licitatório, desde a elaboração do projeto básico até a execução do contrato e liquidação da despesa.

3.O MPF/AM continuará cumprindo a sua função constitucional de defensor da sociedade, atuando firmemente na fiscalização da aplicação dos recursos públicos.”

Como se vê, com “inquérito civil público que possui mais de 27 volumes e mais de cinco mil páginas e cujo exame levou cerca de um ano para ser concluído”, a briga promete.

Quem ainda não conhecia no Amazonas os rumores de “relações promíscuas” entre a Fucapi e a Suframa que levante o braço. A Fundação recebeu, desde 2004, segundo o Diário, R$ 416.586.460,92. É uma montanha de dinheiro público.

Lamento pelos funcionários probos e esforçados que ganham prêmios internacionais com muito esforço próprio e quase zero de contribuição da Fucapi. Pelos que trabalham duro, todos os dias, batendo ponto, e oferecendo, com o empenho pessoal, a capa sob a qual existe outro mundo que agora parece que o MPF-AM vai nos revelar.

A Fucapi tem muito a fazer e a dizer. Até agora está lamentavelmente calada.

Tomara que a briga continue pública, aberta, direta. Aguardemos os próximos momentos.

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2 comentários

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  1. djair disse:

    Só quero fazer umas pergunta?
    Por que o distrito ´so viver esburacado?
    outra pergunta?
    A suframa diz que não tem verba para fazer a manutenção das vias do distrito.
    Penso que algumas decadas atras o distrito era um brinco, todo roçado o asfalto era um tapete, hoje as calçadas parecem selva de tanto mato e asfalto parece pista de enduro.
    Cade a administração da suframa? só serve para viajar para o exterior

  2. José Maria Seixas disse:

    Gostaria de dizer ao Djair que a competencia para o asfaltamento é da Prefeitura e não da Suframa. Porque por ali passam não só os carros do Distrito, mas todo e qualquer veículo.Quanto ao MPF, que é “defensor da sociedade”, será que é mesmo? Quanto a acabar simplesmente com o contrato em pauta, como fica a Suframa? Fecha as portas? Atá agora o MPF não deu uma solução. Atendendo a interesses politicos, não quer nem saber. O resto que se exploda. Não há concurso em 2011. E aí? Como é que fica, se o seu pleito for atandido?