Estupro, sequestro, morte. Crimes hediondos com a droga em comum

O problema da droga está se tornando cada dia mais crucial.

O autônomo Francisco Jeferson da Silva Mata, 25, e a dona de casa Kely Silva Ramos, 23, acusados de estupro seguido de morte de uma menina de um ano e oito meses, confessam ser dependentes químicos.

Dortel Carneiro, 22, o desempregado que manteve a ex-mulher, 22, e o filho de um ano e oito meses como reféns durante 50 horas, este fim de semana, estava drogado.

Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24, assassino confesso do cartunista Glauco Vilas Boas e de seu filho Raoni, foi preso com maconha e delira dizendo que é profeta.

Em todos os casos, como se vê, a droga estava presente. E o Amazonas não tem, até hoje, nenhum programa estadual de combate às drogas, muito menos municipal. Há algumas instituições trabalhando contra a dependência química, a Fazenda Esperança, na BR-174, e o Instituto Novo Mundo, na AM-010, que fazem o possível e o impossível, até com alguma ajuda governamental.

A diferença é enorme entre o esforço de alguns voluntários e o envolvimento da máquina pública. O resultado está sendo um calvário para o sistema de segurança pública, onde a droga é, além de fator de insegurança, um dos indutores da corrupção policial.

Tomara que, neste ano de disputa eleitoral, o tema entre para o programa de governo dos candidatos. Nenhum deles – nenhum cidadão com responsabilidade, aliás – pode ignorar esse drama que se abate com tanta contundência sobre a sociedade.

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Comentários

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  1. coronel frota disse:

    Caro amigo Marcos Santos. hoje o maior cancer social chama-se droga. É muito triste para um pai ter que entregar a uma instituição alheia, a recuperação de um filho viciado, fruto de falta da chamada primeira educação: a familiar. No fator prevenção, não esqueça do Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência), que tem funcionado muito bem, nas mãos da PM. Quanto às leis, aqui e ali um parlamentar levanta a voz pela liberação das drogas, seja maconha ou outra qualquer.

    O sofrimento é grande, tanto para o drogado como para a família que, ao esgotar o amor, o entrega ao mundo ou às clinicas, sob o para-choque do “não tem mais jeito” ou “estes jovens de hoje são assim mesmo”.

    No meu tempo, o jovem carregava trouxa de roupa na cabeça para ajudar os pais. Hoje a trouxinha é outra. Nada substitui a educação familiar. Nada substitui um almoço ou jantar em família.

  2. Roberto disse:

    Prezado jornalista,
    permita-me elogiá-lo pela iniciativa de divulgar a causa motriz da quase totalidade dos crimes praticados. Por força de minha atividade profissional, tenho que lidar no combate ao contrabando de drogas que entram pelas nossas fronteiras. O que percebo é que o tráfico significa um negócio de alta rentabilidade para quem o pratica e só é bom negócio porque encontra consumidor disposto a comprar essa verdadeira maldição social. Quem alimenta? Asseguro que não é o desvalido que rouba, assalta, furta para obtê-la. Os alimentadores do tráfico são os mesmos que reclamam pela falta de segurança, são os que fazem passeatas em prol da paz, são os que usam drogas mas o fazem com “consciência”, são os formadores de opinão “liberais” e politicamente corretos que divulgam o glamour dos costumes e dos comportamentos exóticos das classes dominantes.Quem tem dinheiro para comprar droga não é o pobre que assalta para comprá-la. Droga é um produto caro e de difícil aquisição, portanto não é produto para pobre. Encerrando, digo que de forma direta ou indireta somos todos culpados por essa praga social.