Instituto que gere unidades estaduais de saúde é alvo de operação da Polícia Federal. Médico preso no Ephigênio Sales

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A única UPA de Manaus, no bairro Campos Sales, é gerida pelo instituto alvo da operação Maus Caminhos

O Instituto Novos Caminhos (INC), responsável pela gestão de unidades de saúde para o Governo do Amazonas, em Manaus e Tabatinga, é o alvo da Operação Maus Caminhos, da Polícia Federal, executada desde as primeiras horas da manhã de hoje (20/09). “Há o envolvimento de agentes públicos e empresários em fraudes que somam mais de R$ 110 milhões”, diz nota do Ministério da Transparência.

As empresas investigadas são comandadas direta ou indiretamente pelo médico e empresário Mouhamad Moustafa. Ele é sócio-administrador da Salvare Serviços Médicos Ltda e da Sociedade Integrada Médica do Amazonas Ltda (Simea), controlando ainda a Total Saúde Serviços Médicos e Enfermagem Ltda, por meio de procuração emitida pela presidente do INC. Moustafa foi preso, logo cedo, no condomínio Ephigênio Sales.

Estão sendo cumpridos 13 mandados de prisão preventiva, quatro mandados de prisões temporárias, três mandados de condução coercitiva, 40 mandados de busca e apreensão, 24 de bloqueios de bens e 30 de sequestros de bens. As medidas estão sendo realizadas em residências e empresas nos municípios amazonenses de Manaus, Itacoatiara e Tabatinga, além das capitais Belo Horizonte, Brasília, Goiânia e São Paulo. Participam da operação 185 policiais federais, 36 auditores da CGU e 50 auditores da Receita Federal.

A operação tem o envolvimento do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU), Polícia Federal, Ministério Público Federal e Receita Federal. A ação visa desarticular organização criminosa que desviava recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) no Amazonas.

A investigação teve início em análise da CGU sobre concentração atípica de repasses do Fundo Estadual de Saúde à organização social Instituto Novos Caminhos (INC). De abril de 2014 a dezembro de 2015, a entidade recebeu mais de R$ 276 milhões para administrar a Unidade de Pronto Atendimento (UPAs) Campos Sales, em Manaus, Centro de Reabilitação em Dependência Química Ismael Abdel Aziz, em Rio Preto da Eva, e Maternidade Enfermeira Celina Villacrez Ruiz e Unidade de Pronto-Atendimento 24 horas, em Tabatinga (AM).

Desdobramentos do trabalho resultaram em fiscalização, entre maio e agosto deste ano, que verificou que os principais fornecedores do INC, empresas administradas por um mesmo grupo de pessoas e ligadas ao esquema criminoso, receberam pagamentos por serviços não prestados, indevidos e superfaturados. Até o momento, a CGU apurou desvios que somam mais de R$ 110 milhões em prejuízo aos cofres públicos. As fraudes envolvem ainda, além dos serviços médicos e de administração, a prestação dos serviços auxiliares de saúde, como lavanderia, limpeza, refeições hospitalares e portaria.

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