
Superintendente da Suframa explica reflexo das tarifas de Trump na Zona Franca
O Brasil foi o país mais duramente atingido pela nova rodada de tarifas comerciais anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A partir de 1º de agosto, caso não haja acordo ou recuo, produtos brasileiros terão uma alíquota de importação de 50%, a mais alta entre os 22 países notificados até o momento.
Parque fabril
Com um grande parque fabril, a Zona Franca de Manaus não deve ter um impacto tão intenso na tributação, uma vez que o volume de exportações para os Estados Unidos é quase insignificante, segundo declarou o superintendente da Suframa, Bosco Saraiva: “o nosso posicionamento é o posicionamento do presidente do Brasil, Luíz Inácio Lula da Silva, que já em nota deixou muito claro a posição do governo brasileiro com relação a essa medida. Do ponto de vista das exportações do Polo Industrial de Manaus, o volume é quase que insignificante para o seu faturamento.
Em abril deste ano, o PIM registrou um crescimento no faturamento e totalizou R$ 74,37 bilhões entre janeiro e abril de 2025, o que representa uma variação positiva de 14,82% em relação ao mesmo intervalo do ano passado (R$ 64,77 bilhões). Em dólar, o faturamento do PIM nos quatro primeiros meses deste ano foi de US$ 12.91 bilhões.
As exportações do PIM registraram US$ 199.35 milhões entre janeiro e abril, o que representa uma variação negativa de 13,86% em relação a igual período de 2024 (US$ 231.42 milhões).
Cautela
“Evidentemente, a cautela e a prudência deste momento deve ser o norte do nosso comportamento. Assim será a que nós lutamos, porque nós acreditamos fortemente na capacidade de negociação do nosso governo e dos nossos ministros”, completou Bosco Saraiva.
A Zona Franca tem um total de 131.446 trabalhadores empregados, entre efetivos, temporários e terceirizados, o que representa novo recorde na história da Zona Franca de Manaus. O resultado também é 2,18% superior ao registrado em março de 2025 (128.645 trabalhadores) e 10,31% maior na comparação com abril de 2024 (119.157 trabalhadores).
Tarifa
A tarifa para o Brasil fica mais alta do que os 30% atualmente impostos à China, após negociação – a mesma de países como África do Sul, Argélia, Bósnia e Herzegovina, Iraque, Líbia e Sri Lanka.
O Brasil foi o país mais duramente atingido pela nova rodada de tarifas comerciais anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A partir de 1º de agosto, caso não haja acordo ou recuo, produtos brasileiros terão uma alíquota de importação de 50%, a mais alta entre os 22 países notificados até o momento. A tarifa também fica mais alta do que os 30% atualmente impostos à China, após negociação – a mesma de países como África do Sul, Argélia, Bósnia e Herzegovina, Iraque, Líbia e Sri Lanka.
Justificativa
Trump justificou a medida como uma resposta a uma “relação comercial muito injusta” com o Brasil e também como forma de retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado que orquestrar o golpe de Estado no Brasil. Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e divulgada publicamente nas redes sociais, Trump classificou o processo judicial contra Bolsonaro como “uma vergonha internacional” e acusou o Brasil de promover censura a empresas americanas.
Apesar das alegações de déficits comerciais “insustentáveis”, os EUA registraram superávit de US$ 7,4 bilhões na balança de bens com o Brasil em 2024, segundo dados oficiais do próprio governo americano.
Deixe um comentário