
A ação é organizada pela Central Única das Favelas (CUFA), em parceria com o instituto Data Favela, e está sendo executada simultaneamente em todo o país. (Foto: Clóvis Miranda/DPE-AM)
Entre os dias 4 e 6 de julho, o Amazonas participa da maior pesquisa já realizada nas favelas brasileiras, com o objetivo de traçar um retrato detalhado e inédito sobre quem são, como vivem e o que pensam os moradores desses territórios. A ação é organizada pela Central Única das Favelas (CUFA), em parceria com o instituto Data Favela, e está sendo executada simultaneamente em todo o país.
Em Manaus e em municípios do interior do estado, equipes vão de porta em porta visitando residências nas comunidades, em uma coleta de dados presencial e humanizada. O objetivo, segundo a CUFA Amazonas, é garantir que as respostas representem fielmente a vida cotidiana nas favelas — longe dos estigmas e invisibilidade estatística que historicamente marcam esses territórios.
“É mais do que uma pesquisa: é reconhecimento, pertencimento e a chance de mostrar ao país quem somos de verdade”, afirmou a coordenação estadual da entidade.
Os dados consolidados serão divulgados em outubro deste ano e ganharão projeção internacional, sendo apresentados em eventos e instituições de até 70 países. A iniciativa visa quebrar estereótipos e dar visibilidade à força social, econômica e cultural das periferias brasileiras, inclusive na região amazônica, onde a favela tem características próprias e muitas vezes desconhecidas do restante do país.
A CUFA destaca que, além de mapear consumo e hábitos, o levantamento servirá de ferramenta estratégica para políticas públicas, investimentos e programas sociais que levem em conta as verdadeiras necessidades e potenciais dessas populações.
Com o apoio de lideranças comunitárias locais, a pesquisa representa um passo importante para dar voz às favelas — não como estatística marginalizada, mas como parte essencial da sociedade brasileira.
Deixe um comentário