INPI concede primeira patente ao ILMD/Fiocruz Amazônia, referente a equipamento de análise de material genético em amostras biológicas

Foto: Eduardo Gomes/Fiocruz Amazônia

O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), por meio do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) e Departamento de Gestão Tecnológica da Fiocruz (Gestec), obteve a primeira concessão de patente pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), referente a equipamento destinado à realização de ensaios LAMP (Loop Mediated Isothermal Amplification) voltado para a detecção de material genético de patógenos em amostras biológicas.

A pesquisa abre novas perspectivas para o diagnóstico mais ágil de doenças de importância para a Amazônia (como dengue, malária, chikungunya, Covid-19, dentre outras) e para o mundo, contribuindo para o enfrentamento de possíveis emergências sanitárias. Atualmente, a Fiocruz Amazônia possui oito patentes depositadas no INPI e um direito autoral depositado na Biblioteca Nacional, referente a um aplicativo destinado ao registro de casos de malária.

Detentor da patente, o pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz, Felipe Naveca, chefe do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e coordenador do Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes ou Negligenciados do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), explica que a conquista é um marco para Fiocruz Amazônia no âmbito da Inovação Científica.

“O INPI reconheceu que temos um produto inovador e fez a proteção através da concessão da patente. Esse equipamento tanto chamou atenção que fizemos a transferência de tecnologia para uma empresa de São Paulo que tem a possibilidade de continuar o seu desenvolvimento e levar o produto ao mercado”, afirma Naveca.

O pesquisador destaca que o maior desafio da equipe de engenheiros de microeletrônica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que atuou em parceria no projeto, foi desenvolver um equipamento que funcionasse de maneira simples.

“De acordo com as nossas especificações, foi possível fazer o desenvolvimento de um produto que fosse o mais barato e mais simples de ser fabricado para que pudesse ter uma ampla difusão. Esse equipamento permite manter a temperatura ótima da reação, ao mesmo tempo em que faz a detecção da mudança de cor da reação por sensores de fotodetecção, o que permitiu o desenvolvimento de um protótipo de maneira mais simples e com baixo custo, utilizando a engenharia que foi pensada pela equipe do Senai”, afirma o virologista, ressaltando que o equipamento desenvolvido com base nessa patente terá a capacidade de ampliar a testagem molecular especialmente em áreas remotas com pouca estrutura laboratorial.

Foto: Eduardo Gomes/Fiocruz Amazônia

Coordenador do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), da Fiocruz Amazônia, o pesquisador em Saúde Pública do Laboratório de Diagnóstico e Controle de Doenças Infecciosas na Amazônia (DCDIA), Luís André Mariúba, explica que a primeira concessão de patente obtida pelo ILMD/Fiocruz Amazônia está relacionada a um dispositivo de ensaios LAMP, o qual tem por objetivo a amplificação do DNA/cDNA para detecção do material genético de patógenos extraídos de uma amostra biológica.

De acordo com Mariúba, técnicas de amplificação isotérmica de DNA mediada por loop, também conhecidas por técnicas LAMP (do inglês Loop-Mediated Isothermal Amplification), são largamente conhecidas no estado da técnica, e aplicadas para o desenvolvimento de testes diagnósticos para a detecção de parasitas em amostras biológicas. “A técnica LAMP é cada vez mais usada em substituição à técnica PCR (Polymerase Chain Reaction – Reação em Cadeia da Polimerase), uma vez que o tempo e custo para a execução da técnica PCR ainda inviabilizam seu uso em larga escala em laboratórios de rotina”, justifica.

Termocicladores

Os ensaios LAMP são executados em condições isotérmicas, as quais podem ser mantidas em diferentes instrumentos, tais como termocicladores e banhos-maria, ou então dispositivos de ensaios LAMP. O referido equipamento possibilita a amplificação do DNA/cDNA de amostras para detecção de patógenos através do aquecimento de uma câmara de ensaio interna ao dispositivo.

Nos ensaios desenvolvidos no equipamento, alíquotas de uma amostra biológica sob análise são adicionados a reagentes e o conjunto é aquecido em uma câmara de ensaios LAMP. Essas amostras são então monitoradas durante o ensaio com o intuito de identificar uma possível mudança de cor (por exemplo, do violeta para o azul-celeste, quando utilizado o reagente Azul de hidroxinaftol), o que representa uma reação positiva da amostra com relação ao reagente utilizado.

Patentes depositadas

Atualmente, a Fiocruz Amazônia possui oito patentes depositadas no INPI e um direito autoral depositado na Biblioteca Nacional, referente a um aplicativo destinado ao registro de casos de malária. Os produtos são voltados principalmente para saúde humana, havendo ainda uma patente, desenvolvida em colaboração, direcionada a aplicação animal.

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