Justiça reforça exigências de segurança para uso de guindastes em apresentações do Festival de Parintins

Justiça reforça exigências de segurança para uso de guindastes em apresentações do Festival de Parintins

Com o prazo encerrado ao meio-dia desta quinta (26), Garantido e Caprichoso ainda devem apresentar documentação complementar para manter o uso dos guindastes (Foto: BNC Amazonas)

Após inspeção judicial realizada nesta quarta-feira (25), a Justiça do Trabalho estabeleceu novas medidas de segurança para a operação com guindastes durante o 58º Festival Folclórico de Parintins. A decisão, proferida pelo juiz André Luiz Marques Cunha Junior, da 1ª Vara do Trabalho de Parintins, manteve a autorização de uso dos equipamentos pelas associações folclóricas Boi Garantido e Boi Caprichoso, mas impôs exigências adicionais, com foco na documentação técnica, no controle das operações e nas práticas de içamento adotadas durante o evento.

A deliberação judicial decorre de ação civil pública ajuizada durante o plantão judiciário pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que questionou a adequação dos guindastes utilizados na movimentação de alegorias e no içamento de pessoas. Em audiência realizada no domingo (22), o magistrado havia indeferido o pedido de tutela de urgência, com base na documentação apresentada pelas agremiações e no parecer do Corpo de Bombeiros, que não identificou, naquele momento, violação às normas de segurança. Ainda assim, foi determinada a realização de uma inspeção presencial com a presença de um perito judicial.

Com base nos achados da vistoria e no laudo técnico apresentado, o juiz André Marques determinou a proibição de duas práticas: o içamento de pessoas diretamente por meio de guindastes e a movimentação de alegorias sobre pessoas. A violação dessas regras pode resultar na interdição imediata dos equipamentos, na suspensão das performances na arena e na aplicação de uma multa de R$ 100 mil por cada infração identificada.

Com o prazo finalizado para entrega até as 12h desta quinta-feira (26), as agremiações Boi Garantido e Boi Caprichoso também precisam apresentar documentação complementar para garantir a continuidade do uso de guindastes. Ambas deverão protocolar um plano detalhado de comunicação entre as equipes envolvidas na operação com guindastes. Já o Boi Garantido deverá, ainda, apresentar memorial de cálculo com a estimativa técnica dos pesos das alegorias a serem içadas.

A fiscalização das medidas determinadas será realizada pelo Corpo de Bombeiros, pela Polícia Militar do Estado do Amazonas e por um oficial de Justiça, com acesso livre e irrestrito às áreas de concentração e ao Bumbódromo durante os dias de apresentação. A decisão judicial foi proferida com força de mandado, garantindo seu cumprimento imediato em caso de descumprimento das determinações.

Na fundamentação da decisão, o juiz André Marques reconheceu que a segurança do trabalho é um direito essencial, mas ponderou que a aplicação deve levar em conta as particularidades logísticas e operacionais de eventos temporários de grande porte como o Festival de Parintins. Ele destacou que, diante da complexidade e dos altos investimentos envolvidos na contratação e no uso dos guindastes, uma decisão mais restritiva, às vésperas do evento, poderia acarretar impactos severos não apenas às agremiações, mas também a toda a cadeia produtiva e cultural envolvida.

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