
O projeto “É Tempo de Retomada” reafirma o compromisso do Caprichoso com uma arte engajada, que exalta os saberes ancestrais e valoriza os povos originários e quilombolas (Foto: Elinaldo Tavares)
A força da arte, da ancestralidade e da resistência deu o tom à noite desta quarta-feira, 25, durante a coletiva de imprensa de apresentação do projeto de arena “É Tempo de Retomada”, realizada na Escola de Arte Irmão Miguel de Pascale. O evento reuniu profissionais da comunicação, diretores, artistas, itens oficiais, membros do Conselho de Arte e representantes de povos originários e quilombolas, numa verdadeira celebração da diversidade e da luta pela Amazônia.
O momento contou ainda com o lançamento oficial do livro “Tempo de Retomada”, com a presença da poeta e pesquisadora Macuxi Trudruá Dorrico, autora da obra que inspira e fundamenta o tema do Boi Caprichoso para o Festival de Parintins 2025.
O Boi Caprichoso apresentou oficialmente à imprensa e ao público o conceito, a narrativa e os elementos que vão compor o espetáculo deste ano no Festival de Parintins. O projeto artístico não apenas destaca a estética e a grandiosidade visual das alegorias, mas também reforça seu compromisso com as causas sociais e ambientais.
A cerimônia teve momentos marcantes de emoção, espiritualidade e representatividade, com a presença especial de lideranças indígenas e quilombolas que simbolizam a resistência dos povos da floresta. Estiveram presentes:
- Vanda Witoto (Instituto Witoto)
- Val Munduruku (Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós)
- Yakui Tupinambá e Naiá Tupinambá (povo Tupinambá de Olivença)
- Auricélia Arapiun (povo Arapiun do Baixo Tapajós)
- Adolfo Tapaiuna (povo Sateré-Mawé)
- Moara Tupinambá (Baixo Tapajós)
- Alessandra Munduruku (povo Munduruku do Alto Tapajós)
- Juliane Quilombola (Quilombo de São Benedito)
- Ângela Mendes (filha do ambientalista Chico Mendes)
- Thiago Yawanawá (povo Yawanawá)
Em um dos momentos mais simbólicos da noite, o Boi Caprichoso recebeu o Manto Sagrado do povo Tupinambá, peça ancestral e espiritual que representa proteção, força e conexão com os encantados da floresta. O manto acompanhará o boi azul na arena do Bumbódromo, selando a força espiritual do espetáculo “É Tempo de Retomada”.
O presidente do Caprichoso, Rossy Amoedo, reforçou a confiança no trabalho desenvolvido pelos artistas do boi e na potência da proposta para o Festival de 2025.
“O Caprichoso está bonito visualmente. São alegorias cheias de possibilidades de efeito, coisas que a gente só vai entender e compreender na arena, mas estamos muito felizes com o resultado. Acreditamos na superioridade com o pé no chão, pela recorrência da evolução de apresentações que o Caprichoso vem fazendo ao longo desses anos. Em 2024 achávamos que era o ápice, mas com certeza, em 2025, pode ser ainda maior”, declarou.
O projeto “É Tempo de Retomada” reafirma o compromisso do Caprichoso com uma arte engajada, que exalta os saberes ancestrais, valoriza os povos originários e quilombolas e defende o direito à terra, à cultura e à vida.
Ao final, a emoção tomou conta dos presentes, que saíram com a certeza de que o boi azul e branco vai mais uma vez subir à arena com a alma cheia de luta, beleza e verdade.
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