Em Salvador, Inmetro participa do Encontro Econômico Brasil-Alemanha

Foto: Divulgação

Entre os dias 15 e 17 de junho, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) foi representado pela Coordenação Geral de Articulação Internacional (Caint) no 41º Encontro Econômico Brasil-Alemanha, que aconteceu na cidade de Salvador (BA).

Dentre os temas de destaque nos debates deste ano, a infraestrutura da qualidade como alavanca de desenvolvimento econômico. Os mais de 50 anos de parceria do Inmetro com o Physikalisch-Technische Bundesanstalt (PTB), Instituto de Metrologia Alemão, foi mencionado como exemplo de longevidade e sucesso na colaboração entre os países.

A Caint contribuiu como debatedora no Diálogo com Partes Interessadas do Grupo de Trabalho Brasil-Alemanha de Infraestrutura de Qualidade – conduzido pela GIZ, que é a Agência para Cooperação do Governo Alemão.

Cabe destacar ainda a reunião da delegação alemã do Ministério da Economia e Sustentabilidade, chefiada pelo diretor-geral adjunto de Política de Normalização e Tecnologias Digitais, Ole Janssen, com o presidente do Inmetro, engenheiro Márcio André Brito, e diretores do instituto. O encontro teve por objetivo prospectar e ampliar as frentes de Cooperação do Inmetro com a GIZ.

Durante o encontro, Ole Janssen enfatizou a importância do diálogo com o Inmetro: “Estamos felizes de estar aqui em Salvador e ter este intercâmbio com o Inmetro. É muito importante para nós, na Alemanha, ter essa conexão com o Brasil, para entendermos as necessidades das empresas em ambos os países e harmonizarmos normas e padrões. Tivemos nossa primeira conversa hoje, e acredito que há muito potencial de cooperação nos próximos meses e anos.”

Temas

A programação reuniu empresários e representantes de governos dos dois países e tratou de temas como transição energética, inovação na indústria manufatureira, economia circular, agroindústria, proteção do clima, desafios geopolíticos e cooperação em segurança.

Comista

Paralelamente ao EEBA, foi realizada, em 17 de junho, a 51ª Comissão Mista Brasil-Alemanha de Cooperação Econômica (Comista) — um dos mais tradicionais fóruns de diálogo entre os dois países. O encontro reúne, desde 1974 e de forma ininterrupta, representantes dos setores público e privado para tratar dos principais temas da agenda bilateral. A Comista se consolidou ao longo das décadas como um dos mais relevantes instrumentos de cooperação econômica entre Brasil e Alemanha.

A delegação brasileira na Comista foi liderada pelo secretário-executivo e ministro em exercício do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa, e pela secretária-geral de Relações Exteriores, embaixadora Maria Laura da Rocha. A pauta incluiu cooperação em energia, metrologia, agronegócio, ambiente digital, direitos autorais, infraestrutura e a participação do Brasil como país-parceiro na Feira Industrial de Hannover, em 2026. Também foram destaque os debates sobre clima e meio ambiente, no contexto da presidência brasileira da COP-30.

Exportações

A Alemanha é hoje o terceiro maior fornecedor de produtos para o Brasil e o décimo maior destino das exportações brasileiras, além de principal parceiro internacional em cooperação técnica e financeira.

Durante o evento, o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços (SDIC), Uallace Moreira, ressaltou a importância das parcerias estratégicas para o fortalecimento das cadeias produtivas: “Nenhum país no mundo tem possibilidade de ter soberania em toda a cadeia produtiva. Neste sentido, busca-se parcerias estratégicas.”

Indústria naval

Participando de um painel sobre cooperação em segurança, o secretário destacou ainda o papel estratégico da indústria naval na Missão 6 da Nova Indústria Brasil (NIB), voltada à promoção de tecnologias voltadas à soberania e defesa nacional. Com previsão de R$ 112,9 bilhões em investimentos públicos e privados, a missão busca ampliar o domínio brasileiro em áreas como radares, satélites e foguetes.

“Ao desenvolver a indústria de base de defesa, ao desenvolver a indústria naval, fortalecemos cadeias produtivas, como a de perfuração e exploração de petróleo”, afirmou Moreira.

Ele destacou que, devido à dualidade tecnológica, a indústria naval também contribui para as Missões 3 (infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade) e 5 (transição energética) da NIB. Lembrou ainda que tecnologias desenvolvidas na base industrial de defesa são, muitas vezes, adaptadas para o uso civil, como no caso dos celulares.

Veja também
Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *