Ensaios de Coast Down do PBE Veicular são realizados pelo Inmetro em pista da General Motors

Foto: Divulgação

Com o objetivo de obter dados cada vez mais precisos na avaliação da eficiência energética de veículos, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), entre os dias 7 e 9/05, deu início a uma nova etapa dos ensaios de Coast Down no âmbito do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBE Veicular). Esses ensaios fornecem subsídios essenciais para os cálculos laboratoriais que determinam padrões de eficiência, a partir de dados como pesagem, calibração de pneus e, principalmente, os fatores de resistência ao rolamento.

Pela primeira vez, os ensaios foram conduzidos na pista de Coast Down da General Motors (GM), resultado de uma parceria firmada com a montadora. A escolha da pista do Campo de Provas de Cruz Alta (CPCA), em Indaiatuba (SP), foi baseada em uma avaliação técnica comparativa entre diferentes estruturas disponíveis, na qual a instalação da GM apresentou resultados compatíveis com os critérios técnicos exigidos pelo Inmetro.

A execução dos testes acontece em duas etapas principais: na primeira, o Inmetro realiza auditoria em amostras de veículos que passam por ensaios em pista. Depois, os resultados obtidos são utilizados nas análises laboratoriais de eficiência energética, aplicáveis a diversos tipos de veículos — a combustão, híbridos, híbridos plug-in e totalmente elétricos.

A escolha da pista

Para definir o novo local de ensaios, o Inmetro comparou o desempenho de três pistas candidatas com o da pista de referência nacional para testes de Coast Down, que fica localizada em Pirapora (MG). Os testes envolveram 12 veículos fabricados em 2024 e integrantes do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV). Ao final do processo, a pista da General Motors (GM) foi a selecionada.

As pistas candidatas passaram por uma etapa de verificação de adequação, que analisou fatores como desvio de fator, qualidade da infraestrutura e localização geográfica, considerada para a logística de deslocamento dos veículos de teste pelas montadoras.

Toda a metodologia adotada seguiu rigorosamente os critérios da norma ABNT NBR 10312 e o Regulamento Inmetro nº 169/2023, assegurando a padronização e a precisão dos procedimentos.

As condições climáticas também foram levadas em conta na seleção, especialmente a influência do vento, fator que pode impactar os resultados de resistência ao rolamento.

Segundo o chefe da Divisão de Regulamentação e Qualidade Regulatória do Instituto, Hércules Souza, o PBE Veicular segue implementando aperfeiçoamentos em suas etapas de ensaio, e o Inmetro opera com níveis de excelência reconhecidos internacionalmente. Para Souza, a parceria firmada para os ensaios de Coast Down representa um avanço na consolidação da infraestrutura laboratorial: “A nova pista, mais adequada e exclusiva, representa um progresso significativo, oferecendo condições ainda mais precisas e consistentes para os ensaios”.

Confira os principais requisitos técnicos para a seleção da pista:

1) A pista de rolamento para realização do ensaio deve influenciar o mínimo possível no resultado, portanto, deve ser reta, plana e sem irregularidades. A planicidade da pista deve atender os limites de desnível máximo de 1,5% entre o início e o fim da pista e a variação entre um ponto de medição e outro não pode ultrapassar 0,5%. Em adição, a pista deve estar limpa e seca.

2) Vento: a componente longitudinal não pode ser superior à 3,0 m/s em média e os picos devem ser inferiores à 5,0 m/s. Já a média da componente lateral não ultrapassar 2,0 m/s.

3) Temperatura ambiente: o ensaio poderá ser realizado apenas quando a temperatura ambiente à sombra estiver compreendida entre 5ºC e 35ºC;

4) Pressão atmosférica: entre 91 kPa e 104 kPa;

Compromisso com a sustentabilidade

A busca por maior precisão na medição da eficiência energética dos veículos está diretamente ligada à redução de emissões de gases de efeito estufa, ao incentivo à adoção de tecnologias mais sustentáveis e ao fortalecimento do mercado automotivo nacional — com impactos positivos para o meio ambiente, os consumidores e o país.

Etapas dos ensaios de Coast Down

Os ensaios de coast down têm as seguintes etapas:

Preparação do veículo: o veículo é apresentado em condições adequadas para o teste. Ele passa por pesagem, calibração dos pneus, checagem da quilometragem rodada, do nível do tanque ou carga da bateria, identificação do chassi, pneus, entre outras informações importantes para o ensaio e identificação do automóvel.
Execução do ensaio: o veículo é conduzido até ultrapassar 100 km/h em uma pista reta e nivelada. Em seguida, o veículo é colocado em ponto morto, permitindo que ele desacelere naturalmente, sem uso dos freios. Durante o processo de desaceleração, é checado o tempo que o veículo leva para reduzir a velocidade a 90 km/h, 80 km/h, 70 km/h e assim sucessivamente, até chegar a 30 km/h.
Análise de dados: os dados coletados durante o ensaio são analisados para determinar a resistência ao movimento do veículo. Essa análise envolve o cálculo da resistência aerodinâmica (causada pelo arrasto do ar) e da resistência ao atrito (causada pela fricção dos pneus no asfalto e nos componentes mecânicos do veículo).
Aplicação dos resultados: os resultados obtidos são usados para calibração dos dinamômetros, que serão usados na etapa seguinte da auditoria, em laboratório. Eles também podem ser usados para melhorar o projeto do veículo, aperfeiçoar a eficiência do combustível, entre outros.

Compromisso com a sustentabilidade

A busca por maior precisão na medição da eficiência energética dos veículos está diretamente ligada à redução de emissões de gases de efeito estufa, ao incentivo à adoção de tecnologias mais sustentáveis e ao fortalecimento do mercado automotivo nacional — com impactos positivos para o meio ambiente, os consumidores e o país.

Visita à GM e assinatura do acordo

No dia 8/5 foi realizada a assinatura solene do acordo de parceria e uma visita técnica às instalações da General Motors. O evento contou com a presença de representantes do Inmetro, incluindo o chefe da Divisão de Regulamentação e Qualidade Regulatória, Hércules Souza, e os analistas Victor Simão, Marcelo Lima e Alexandre Novgorodcev. Também participaram técnicos do Instituto Baiano De Metrologia E Qualidade (Ibametro), representantes do Senai Cimatec e da Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac).

Durante a visita, o grupo participou de uma imersão nas instalações da GM, com destaque para os laboratórios voltados à homologação de veículos — como os de segurança elétrica, emissão de ruídos e testes de colisão (crash tests). Além de fortalecer a cooperação no âmbito do PBE Veicular, o encontro também abriu espaço para futuras iniciativas conjuntas, com base na capacidade técnica da montadora.

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