Professor de Parintins, premiado em Física Atômica, entra para sociedade de Einstein

Peta Cid – Especial para o Portal do Marcos Santos

A pesquisa intitulada “Balanço de flutuações sem dimensões aplicado à estatística e à física quântica”, realizada pelo professor doutor Marceliano Oliveira, do Colegiado de Física do Centro de Estudos Superiores de Parintins, da Universidade do Estado do Amazonas (Cesp/UEA), assegurou ao especialista o “Prêmio Internacional de Pesquisa em Física Atômica, Molecular e Óptica” como “Melhor Pesquisador” e a nomeação como membro da Scientific Research Honor Society (Sigma Xi).

A Sigma é uma das entidades científicas mais antigas do mundo, com mais de 200 prêmios Nobel e da qual fizeram parte Albert Einstein e o físico e teórico austríaco Wolfgang Pauli. Ela reconhece figuras realizadoras de pesquisas no âmbito da ciência e tecnologia.

Especialista nas áreas de Física Computacional e Simulação, Física Aplicada a Novas Tecnologias, Marceliano recebeu a premiação a partir da publicação do artigo na revista de ciência Nature, umas das mais famosas do mundo. O trabalho é em parceria com o grupo de pesquisa “APG Associated Physicists Group”, que congrega pesquisadores do Amazonas, Ceará e Acre.

Demanda

A pesquisa tem recebido grande demanda da comunidade científica e o professor já apresentou o trabalho em Kopenhagen, na Dinamarca, viaja nos próximos dias a Estocolmo, na Suécia, e já recebeu convites de cientistas de Paris, Tóquio e Quioto no Japão.

O projeto de Marceliano traz uma inovação metodológica e implementa soluções inovadoras para abordagens da Física Estatística ao utilizar o método denominado “Dimensionless Fluctuations Balance (DFB)”. Ele ressalta que o trabalho fortalece a indústria mundial e facilita a realização de tarefas sem a necessidade de cálculos manuais. Além disso, contribui com novos modelos teóricos, máquinas que trabalham com sprays e gases metálicos e avanços na área de materiais.

Procedimentos inovadores

O pesquisador detalhou os procedimentos inovadores, explicando que quem trabalha com qualquer tipo de spray, gás, precisa conhecer as propriedades desse gás que vai ser envazado, desde um spray para pintura ou gases metálicos. É confeccionado o circuito eletrônico que necessita de uma cobertura, uma camada de prata, de ouro de cobre, ou qualquer material. Se for por deposição, o metal tem que virar vapor, aquecido a alta temperatura, no recipiente ou máquina industrial.

“As propriedades são muito interessantes para a indústria e a gente trouxe isso de uma maneira prática, simples, cunhou um modelo que com pouquíssimos cálculos matemáticos já se chega nas distribuições desse sistema e, com elas, descobrir para aquela máquina qual a velocidade do spray que está saindo, qual a pressão que o sistema de gás está na máquina. Então é uma contribuição muito grande no campo industrial e especialmente no campo da física teórica. A física estatística foi criada com a complexidade muito alta de cálculos e difícil até para os estudantes de física quando acompanham o desenvolvimento da física estatística. E a gente mostra que pequenas flutuações, sejam na temperatura ou na energia possibilitam você conhecer todas as propriedades do gás”, detalha.

Marceliano afirma que está muito feliz, juntamente com o demais pesquisadores, pelo reconhecimento e o prêmio de melhor pesquisador da Sociedade Internacional de Física Atômica Molecular e Ótica. “Com o prêmio veio a nossa nomeação para a Scientific Research Honor Society (Sigma Xi), que é uma das sociedades mais antigas do mundo com mais de 200 prêmios Nobel e da qual fizeram parte Albert Einstein e o físico e teórico austríaco Wolfgang Pauli. É uma honra pertencer a essa sociedade, pra gente que está no Amazonas, em Parintins, é até inesperado, mas a gente fica muito feliz e grato pela oportunidade de estar fazendo pesquisa aqui no nosso Estado”, comemorou.

Legado

Diretor da UEA Parintins por dois mandatos, e vice-diretor também por dois mandatos, Marceliano acredita que o principal legado para jovens e pesquisadores é de que é possível alçar grandes voos. “Que cada vez mais, jovens e pesquisadores tenham consciência de que podem sim fazer um mestrado ou um doutorado e seguirem como pesquisadores”, cita.

Com a família de Rondônia, Marceliano fez graduação e mestrado em Mato Grosso, teve a oportunidade de estudar no Centro Brasileiro Pesquisa Física no Rio de Janeiro e participou de cursos com grandes nomes da física e da teoria quântica de perturbações cosmológicas. Fez doutorado no Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza, estudando propriedades de petróleo no laboratório da Petrobrás, com os cálculos físicos e aplicações de física voltados para estudo de interesse industrial no escoamento do petróleo. Está em Parintins desde 2012.