Medicamento que pode retardar o avanço do Alzheimer chega ao Brasil

Medicamento que pode retardar o avanço do Alzheimer chega ao Brasil

Médico neurologista e diretor científico da Abraz DF (Associação Brasileira de Alzheimer), Arthur Jatobá explicou sobre nova medicação, autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que tem o objetivo de retardar avanço do Alzheimer.

O especialista disse que a nova linha de tratamento contra a doença traz uma grande mudança na comunidade científica.

A Anvisa autorizou a chegada do medicamento que contém o avanço da doença neurológica na última terça-feira (22/4).

Trata-se do Kisunla (donanemabe), da farmacêutica Eli Lilly do Brasil, para o tratamento de Alzheimer em sintomas iniciais. Essa é a primeira medicação aprovada que promete retardar a progressão da doença em adultos sintomáticos. A aprovação foi publicada na última quinta-feira (17/4) no Diário Oficial da União (DOU).

Avanço

“É necessário comemorar pois, há mais de 20 anos, não víamos nenhum avanço no tratamento dessa doença. Essa medicação é de uma classe nova anti-amiloide. Ela se liga no cérebro do paciente retirando a proteína beta-amiloide, uma das principais alterações que vemos nos pacientes de Alzheimer. É uma linha de tratamento diferente, que traz uma grande mudança na comunidade científica”, disse.

Funcionamento

“De forma simplificada, esse novo medicamento funciona como um ímã. Ele vai até o cérebro, se liga nessa proteína e a retira para fazer uma limpeza cerebral. É uma medicação totalmente diferente das outras que tinha anteriormente”, detalhou o neurologista, ao falar sobre o funcionamento da nova medicação.

O especialista também explicou que o Alzheimer é uma doença degenerativa que provoca, ao longo do tempo, a morte dos neurônios.

“Vemos, no cérebro dos pacientes, essa proteína beta-amiloide que se liga nos neurônios e entre eles, atrapalhando seu funcionamento. Então o paciente começa a perder a memória e ter dificuldade de realizar atividades do dia a dia, por alteração cerebral. Além de outra proteína chamada tau, que também tem relação com a doença”, acrescentou Jatobá.

Classe e pesquisa

Ele ainda contou como foi o processo de desenvolvimento dessa medicação. “Esses remédios da classe anti-amiloide já haviam sido pesquisados antes, mas não tinham um efeito significativo. É uma pesquisa de longo prazo, que vem melhorando a medicação, mas com o objetivo de retardar a evolução da doença de Alzheimer”, afirmou.

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