Envolvimento de Tibiriçá retarda indiciamento criminal por fraude no concurso da Defensoria

O grupo responsável pela análise das provas recolhidas em relação às acusações de fraude no concurso da Defensoria Pública do Amazonas, que levou à anulação do mesmo, apresentou hoje, na sede do Ministério Público Estadual (MPE), o que considera “provas robustas” de envolvimento do presidente do Instituto Cidades, Leonardo Carlos Chaves, e quatro candidatos. O envolvimento da sexta pessoa, o defensor-geral do Amazonas, Tibiriçá Valério de Holanda, será avaliado pelo procurador-geral de Justiça Francisco Cruz. “Ele tem prerrogativa de foro e enviei à assessoria jurídica do gabinete para decidir se indicio apenas os cinco ou os seis ou se liberamos todos”, disse Cruz.

Uma fonte do blog disse que, a julgar pelo trabalho realizado pelo Centro de Apoio Operacional de Combate ao Crime Organizado (Cao-Crimo), coordenado pelo promotor Fábio Monteiro, o trabalho do gabinete do procurador-geral será apenas de formatar a denúncia contra Tibiriçá e os demais envolvidos, que, sem os mesmos privilégios do defensor-geral, ficam no “pacote” pelo princípio jurídico da “conexão”, que aglutina os processos. Francisco Cruz prometeu que apresentará o resultado da análise até, no máximo, 12 de setembro.

Os candidatos, segundo Fábio Monteiro, tiveram as provas periciadas pela Polícia Federal. Os cartões-resposta foram extraviados, mas, das 20 provas analisadas, apenas as de Tibiriçá Valério de Holanda Filho, filho do defensor-geral; Américo Gorayeb Neto, filho do secretário municipal de Infraestrutura, Américo Gorayeb; Luiz Domingos Zahluth Lins, irmão do diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no Amazonas, Afonso Lins; e Newton Sampaio de Melo, irmão do sub-defensor-geral Wilson Melo, tiraram notas diferentes das anotações nas provas.

“Um deles disse que ‘chutou’ na prova, mas, segundo os peritos, as chances de acertar todas as questões até atingir os 80 pontos são 24 vezes mais difíceis que acertar na Mega Sena”, disse Fábio Monteiro. O blog havia antecipado que as notas dos quatro haviam sido muito menores, de acordo com o que responderam nas provas, que a nota 80 da lista divulgada pelo Instituto Cidades, cujo presidente tem mandado de prisão expedido pelo juiz Mauro Antony e está foragido.

Confira abaixo os números, nomes e notas dos quatro candidatos envolvidos:

73825 TIBIRIÇÁ VALÉRIO DE HOLANDA FILHO

8068315 AMERICO GORAYEB NETO    80

60844 LUIZ DOMINGOS ZAHLUTH LINS   80

90095 NEWTON SAMPAIO DE MELO   80

 

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3 comentários

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  1. o santo disse:

    acabou a farsa…

  2. José disse:

    Prezado Sr. Marcos santos,

    Sou candidado do Concurso da SEMED e gostaria de saber se vc tem alguma informação de como ficará daqui pra frente a nossa situação, já que nada mais tá sendo publicado pela imprensa sobre o assunto. As principais dúvidas são:

    1ª Qual será a nova banca do concurso?
    2ª Quando será lançado o novo cronograma do concurso?

    No dia 18 foi cancelado o contrato com os “picaretas” do IC e, segundo a SEMAD(em nota publicada em seu site oficial), a partir dessa data o Instituto Cidades teria 5 dias úteis para recorrer. Já se passaram esses dias e até agora nenhuma informação.
    O mais interessante é que, mesmo depois de todo mundo já ter ciência de que o contrato foi rescindido, o IC continua com o anúncio do concurso em seu site oficial e confirma que realizará o concurso para qualquer candidato que ligar para seu escritório em Manaus. É mole???

    Fico aguardando informações,

    Abraços.

    RESPOSTA:
    Novamente recorro ao que me disse o secretário de Administração do Município: terminado esse prazo de cinco dias, o segundo colocado seria chamado e a Prefeitura teria 15 dias para averiguar se não há nada que fira a idoneidade do mesmo. Depois, o novo prazo de inscrição será aberto e a data da prova marcada.

  3. Francisco disse:

    Essas notas 80 são birtanicas tudo 80 é impressionante.