Estudo aponta queda de 34% em matrículas pelo ProUni entre 2019 e 2023

Entre 2007 e 2012, 1,1 milhão de alunos terminaram seus estudos com o benefício. (Foto: Reprodução)

O número de estudantes matriculados no ensino superior por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni) sofreu uma redução significativa de 34% entre 2019 e 2023, de acordo com dados divulgados pelo Semesp, entidade que representa as mantenedoras de ensino superior no Brasil.

Após atingir um pico de 615.641 beneficiados em 2019, o programa, que foi responsável por democratizar o acesso ao ensino superior desde sua criação, viu seus números despencarem nos últimos anos. O estudo aponta fatores como a não abertura de vagas remanescentes em edições recentes, mudanças no critério de proporção de vagas, e a necessidade de reforçar campanhas de divulgação do programa como principais razões para a queda.

Além da redução no número de matrículas, o levantamento também mostra uma queda no total de estudantes que concluíram os cursos superiores pelo ProUni. Entre 2007 e 2012, 1,1 milhão de alunos terminaram seus estudos com o benefício. Já entre 2013 e 2023, o número caiu para 899 mil.

Desafios:

O Semesp destacou os principais desafios que têm impactado o programa:

  • Vagas remanescentes: A ausência de abertura em edições recentes prejudica o preenchimento total das vagas ofertadas.
  • Proporção de vagas: Alterações nos critérios dificultam a oferta de vagas adicionais por entidades filantrópicas para cursos já participantes.
  • Divulgação: A falta de campanhas mais robustas reduz o alcance e a adesão ao programa.
  • Bolsa Permanência: A limitação desse benefício a cursos integrais com carga horária superior a seis horas diárias dificulta a permanência de alunos em cursos com outras modalidades.

Resultados positivos do programa

Apesar dos desafios recentes, o ProUni continua apresentando resultados expressivos. Segundo o estudo, alunos beneficiados pelo programa têm uma taxa de desistência de 41%, inferior à de estudantes de instituições privadas sem o benefício (63%) e de universidades públicas (53%).

Além disso, o programa tem cumprido um papel crucial na inclusão social:

Em 2020, 60,6% dos bolsistas eram mulheres.
59,5% se autodeclaravam pretos ou pardos.
50% dos beneficiados tinham até 24 anos.

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