Globo fora do Festival. Entenda o que aconteceu

Globo fora do Festival

Globo fora do Festival, mas a estrutura da festa, que acontece dias 28, 29 e 30, está toda pronta. Foto: Divulgação/Israel Amorim/PMAM

A Rede Globo está fora do Festival de Parintins. A cobertura prometida, ao vivo, na Globo Internacional, Multishow e Globo Play (grátis para assinantes) não ocorrerá. A transmissão ao vivo, pela Rede Amazônica, para toda a Região Norte, também não. O programa especial na TV Globo, em rede nacional, com resumo da festa, uma semana depois, está cancelado. O que aconteceu? Entenda, abaixo, conforme o Portal do Marcos Santos apurou, de fonte fidedigna.

 

Acerto

A Globo recebeu o governador Wilson Lima. O diretor geral, Amauri Soares, e outros 11 diretores estiveram em reunião com ele. Amauri enfatizou o interesse da emissora pelo produto. Wilson encontrou a viabilidade jurídica e, com os presidentes de Caprichoso e Garantido presentes, fechou a transmissão.

 

Notificação

Com tudo fechado, a TV A Crítica, detentora dos direitos de transmissão, entrou em ação. Uma notificação extrajudicial foi emitida a João Roberto Marinho, presidente da Rede Globo. O departamento de compliance da emissora decidiu negociar diretamente com a Rede Calderaro.

 

Negociação

Ficou tudo certo, quanto às transmissões pela Globo Internacional, Multishow e Globo Play. Mas A Crítica disse “não” para transmissão em TV aberta pela Rede Amazônica. Alegou que isso afetaria diretamente sua carteira de anunciantes. A Globo topou e a Rede Amazônica também, com a condição de que, em 2025, a transmissão pudesse ser feita nacionalmente, inclusive pela própria Globo. Foi aí que o negócio emperrou.

 

Indenização

Durante as negociações foi esgrimido o valor a ser pago, como indenização, pelos bumbás, em caso de rompimento do contrato com A Crítica: R$ 12 milhões pelo Caprichoso, que assinou até 2028, e R$ 8 milhões pelo Garantido.

 

Dinheiro

O simples anúncio de que a Rede Globo entraria no Festival de Parintins gerou dinheiro novo. O Governo Federal, via Confederação Nacional do Comércio (CNC)/ Ministério do Turismo, acertou R$ 5 milhões a mais para cada boi. O total que cada um receberá saltou para R$ 24 milhões. Ano passado, o valor foi de cerca de R$ 12 milhões.

 

Ações

Patrícia Poeta, que, além de apresentadora, é diretora de Afiliadas da Globo e esposa de Amauri Soares, estava com as malas prontas para apresentar um programa inteiro em Parintins. O “Encontro com Patrícia Poeta” exploraria a festa, personagens e bastidores. Marcos Mion e Luciano Hulk seriam os próximos a desembarcar na Ilha, em seus programas, para explicar a festa ao Brasil.

 

Ações (2)

Nove diretores da Rede Globo estarão em Parintins, mesmo com o fiasco das negociações. Há um barco e casa alugados para recebê-los.

 

Custo

A Globo gastaria, na transmissão, R$ 12 milhões. A equipe teria 180 pessoas. Quatro trilhos foram instalados no Bumbódromo, sem mexer em nenhuma câmera da TV A Crítica. A Endemol, que faz o BBB e havia sido contratada para a transmissão, instalaria até o sistema que permite mostrar os rostos dos jogadores, nas partidas de futebol. O caminhão de transmissão já estava a caminho.

 

O que ficou?

Os bois, que pediram R$ 1,5 milhão, cada um, da TV Globo, receberão apenas os R$ 600 mil que a TV A Crítica paga anualmente para cada. Oferecerão três camarotes e fantasias (?), conforme o contrato atual, para a emissora. Isso vai até 2028.

 

A Globo e a fita K7

O episódio da TV Globo no Festival de Parintins lembra outro, do início da década de 1990. Uma empresa de publicidade local decidiu explorar a “guerra das cervejas” (Brahma x Antarctica), iniciada ainda na década de 1980, para melhorar o patrocínio do Festival de Parintins. Conseguiu procurações de Caprichoso e Garantido e foi para São Paulo. Uma das cervejas topou pagar R$ 300 mil para cada bumbá. Era dinheiro que nem o mais fanático torcedor pensaria, naquela época. Mas a empresa de publicidade paulista só tinha uma condição: ouvir o representante local. Os publicitários amazonenses voltaram certos de anunciar a bomba. Foi aí que receberam um comunicado, lacônico, num telefonema: os bumbás haviam fechado tudo o que estava sendo prometido ao novo patrocinador, em troca do estúdio para gravação da fita K7 daquele ano. Valor do “acordo” local: R$ 5 mil.

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