
Conheça Coliseu, essa invasão que está cercada pela linha amarela, nesta foto aérea. Veja como, em frente, as indústrias da Zona Franca parecem sitiadas
Os bairros Coliseu 1, 2 e 3 são irreversíveis. Localizados no Distrito Industrial 2, próximos ao Puraquequara, são três bairros dominados pelo tráfico. O superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, foi recebido no local por um “guarda”, de moto, que perguntava o que fazia lá.
As terras, inclusive áreas de preservação ambiental, estavam destinadas à expansão do Polo Industrial de Manaus (PIM).
Agora, diante do irreversível, o prefeito de Manaus, David Almeida, e o superintendente da Suframa buscam saída para asfaltar e titular a área. Até porque, no meio dessa gente toda, há brasileiros honestos e que entraram na aventura por pura necessidade de um teto.
Essa é apenas uma faceta do total abandono da Suframa. As terras, federais, destinadas à expansão, eram vigiadas, dia e noite, por uma guarda armada. O Tribunal de Contas da União (TCU), do alto da sabedoria que emana dos céus, diretamente sobre Brasília, determinou que a proteção fosse extinta. Considerou que não era atribuição da autarquia vigiar as terras e sim do Governo do Estado.
Como as teses celestes acabam influenciando na terra, os invasores foram chegando, apoiados pela força armada do tráfico, e hoje o que se vê é a inacreditável, irreversível, mancha de casas.
Perde a Suframa, que, faz tempo, está buscando terras na rodovia AM-010 (Manaus-Itacoatiara) para alocar novas indústrias, como é o caso da 3M. E as indústrias já instaladas, que ficam, literalmente, de frente para o crime, tendo que investir pesado em segurança privada.
Quem perde mesmo, afinal, é Manaus e o Estado do Amazonas, privados do planejamento de seu futuro, empurrados para as cordas pelo tráfico.
A situação é inacreditável? É mesmo.
Para a doação de terras da Suframa é necessário um trâmite complicado no Congresso Nacional. Foi assim com a invasão, hoje bairro, Grande Vitória. O próprio presidente de então, Lula, veio a Manaus anunciar a desapropriação e titulação do local.
Agora, para que a Prefeitura possa asfaltar o Coliseu 1, 2 e 3 e dar o mínimo de dignidade de vida aos moradores, será necessário o mesmo esforço de antes. Só com a desapropriação é que a legislação permitirá que obras sejam feitas lá.
Triste Manaus de 2023.
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