Fazendeiro de Autazes que viralizou com a capivara Filó é multado por maus tratos pelo Ibama

O fazendeiro Agenor Tupinambá, que viralizou nas redes sociais ao mostrar sua rotina com a capivara de estimação Filó, foi multado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em R$ 17 mil. Ele também foi notificado para retirar de suas redes sociais os vídeos com o animal e a entregar Filó em um centro de tratamento animal.

O Ibama acusa Agenor de “praticar ato de abuso contra animal silvestre” e “explorar imagem de animal silvestre mantido em situação de abuso”.

A deputada estadual Joana Darc (União Brasil) acompanhou Agenor na sede do Ibama e exibiu parte das multas na internet. “Simplesmente foi feita uma denúncia ao Ibama, uma denúncia de fora do nosso estado, e ele está sendo autuado, está passando constrangimento, como se ele tivesse sendo um criminoso, infringindo alguma lei, por conta dos vídeos que ele faz com a capivara, que é lá na fazenda, que é o habitat natural dela”, afirmou a deputada, por meio de vídeo postado nas redes sociais.

Agenor Tupinambá é estudante de Agronomia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e ficou famoso nas redes sociais ao exibir seu dia a dia com a capivara Filó. De acordo com ele, Filó foi resgatada depois que a mãe dels foi morta por caçadores.

Em seu perfil no Instagram, Agenor postou uma nota de esclarecimento:

Eu cresci no meio do mato e lá nasceu a minha paixão pelos animais. Eu só saio de lá para estudar agronomia na capital, curso que escolhi para poder servi-los ainda mais. De todas as surpresas que a fama na internet me trouxe, eu jamais imaginei que seria acusado de abuso, maus tratos e exploração contra animais. Também fui acusado de matar um animal do qual todos são testemunhas que só dediquei amor e fiz tudo que podia para preservar sua vida. No total, as multas somam mais de 17 mil reais, valor que nunca nem vi na minha vida.

Também fui notificado para retirar os vídeos que tanto expressam o meu amor e entregar a Filó num centro de tratamento animal, sob a acusação de retirá-la do seu habitat natural. Se tem alguém que mora no habitat natural de alguém sou eu, não os animais. Eu abro a janela e lá estão o rio, a floresta e os animais. Eu que estou de passagem nesse lugar. E escolhi ser um guardião e não um criminoso.

Lamento profundamente o que está acontecendo e só eu sei a dor que estou sentindo. Agradeço o apoio da minha família, amigos, seguidores, imprensa e ao suporte jurídico que nunca pensei que precisaria. Com amor, Agenor Tupinambá.