
“O Beco do Pesadelo”, de Guillermo del Toro, disputa o Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Design de Produção, Melhor Fotografia e Melhor Figurino. Foto: Divulgação
A partir desta quarta-feira (16), os assinantes do Star+ poderão desfrutar no serviço de streaming do filme “O Beco do Pesadelo”, um dos indicados ao Oscar 2022. Já lançado nos cinemas, o longa é dirigido pelo cineasta mexicano Guillermo del Toro e conta com indicações nas categorias de Melhor Filme, Melhor Design de Produção, Melhor Fotografia e Melhor Figurino.
“O Beco do Pesadelo” se passa no mundo dos parques de diversão itinerantes dos Estados Unidos na década de 1940, e é centrado em um homem carismático, mas azarado, chamado Stanton Carlisle (Bradley Cooper), que alcança o sucesso enganando a rica elite da sociedade nova-iorquina da época. No processo, ele cruza o caminho com diversos personagens intrigantes, como uma misteriosa psiquiatra, interpretada por Cate Blanchett, uma vidente (Tony Collette) e seu marido ex-mentalista (David Strathairn), uma artista virtuosa do parque (Rooney Mara) e o curioso apresentador e animador (Willem Dafoe).
Na cerimônia de entrega do Oscar 2022, que acontecerá no dia 27 de março no Dolby Theater, em Los Angeles, “O Beco do Pesadelo” concorrerá ao prêmio de Melhor Filme com outros nove longas-metragens.
Design de produção
O design de produção do filme está a cargo de Tamara Deverell (“Star Trek: Discovery”, “X-Men”), colaboradora frequente de del Toro, que soube capturar na tela a visão do diretor sobre o mundo dos parques de diversão itinerantes. Em um terreno de feira vazio nos arredores de Toronto, Canadá, Deverell construiu um submundo de atrações mecânicas clássicas que incluiu uma roda-gigante, um carrossel, uma casa de diversões com temática celeste, bem como uma série de palcos para os diversos números e tendas com anúncios para as principais atrações do parque.
Para dar vida a cada espaço, Deverell e sua equipe fizeram uma extensa pesquisa, procurando colecionadores de recordações dos parques e fabricantes de tendas de circo, entre outros especialistas da área. Ao mesmo tempo, a designer teve constantes “conversas visuais” com o diretor, trocando imagens e renderizações do que eles imaginavam para o filme.
Além disso, a história acontece em clubes noturnos e outros cenários urbanos da década de 30, nos quais Deverell trabalhou inspirada nas tendências estéticas da época, com uma prevalência do art déco.

Foto: Divulgação
Fotografia
O homem por trás da fotografia de “O Beco do Pesadelo” é Dan Laustsen, outro frequente colaborador de del Toro que desempenhou a mesma função no filme anterior do diretor, “A Forma da Água”, pelo qual também foi indicado ao Oscar. Embora o atual filme seja ambientado nos anos 1940, a impressão visual tinha que ser moderna e, por tanto, tinha que ser filmado como um thriller do século XXI.
“Ambos concordamos que não queríamos fazer um filme que parecesse filmado naquela época. Queríamos que parecesse mais moderno e contemporâneo”, diz Laustsen. Da mesma forma, sabiam que não queriam incluir motivos diretamente associados ao film noir, exceto por alguns acenos como o estilo polido e chuvoso de algumas cenas.
Por outro lado, Laustsen concentrou-se especialmente na coesão dos dois mundos em que os personagens habitam – o do parque de diversão itinerante e da cidade – confiando no grande trabalho de produção por trás do longa-metragem. “O filme inteiro foi tão bem preparado, dos cenários aos figurinos, aos cabelos e maquiagem e aos efeitos visuais. Todos estavam prontos para dar o melhor de si para que a visão de Guillermo sobre este pesadelo fosse exatamente o que ele queria”, conclui o diretor de fotografia.

Foto: Divulgação
Figurinos
O responsável pelos visuais dos anos 30 vistos no filme é o figurinista Luis Sequeira. Ao lado de sua equipe, ele criou 242 trocas de figurino, que incluíram dois autênticos kitsch – figurinos com estética brega – dos espetáculos do parque aos vestidos extraordinariamente chiques e deslumbrantes dos anos 30. Por trás de cada peça há uma pesquisa detalhada da estética da época, que foi acompanhada de uma análise das particularidades de casa personagem para que fossem refletidas em sua estética.
Quase todas as peças foram confeccionadas à mão, para as quais Sequeira conseguiu tecidos autênticos do mundo inteiro e visitou inúmeros mercados de pulgas em busca de acessórios. “Nós criamos 80% dos figurinos, incluindo sapatos, luvas, chapéus e lingerie”, destaca.
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