
Sepultura traz estrelas do heavy metal para participar de seu álbum pandêmico
Quem quiser uma aula de história do heavy metal talvez possa começar ouvindo o novo disco do Sepultura. Nas 15 faixas de “Sepulquarta”, que chega aos serviços de streaming nesta sexta, a banda brasileira de metal com mais reconhecimento no exterior convidou amigos que fez em seus 35 anos de estrada para gravar versões de músicas do grupo, num projeto executado durante a pandemia.
Estão ali, por exemplo, ícones do metal dos anos 1980 como David Ellefson, baixista do Megadeth, fazendo uma participação em “Territory”, e Scott Ian, guitarrista do Anthrax, tocando em “Cut-Throat”. Mas há também nomes da nova geração, a exemplo das brasileiras Fernanda Lira, do Crypta, Angélica Burns, do Hatefulmurder, e Mayara Puertas, do Torture Squad, que cantam na faixa “Hatred Aside”.
Sepultura
As participações eram transmitidas em lives nas redes sociais do Sepultura, todas as quartas-feiras, num projeto com o mesmo nome do disco.
O resultado é um disco espontâneo e visceral, com músicas conhecidas dos fãs do Sepultura em novas versões, e que em momento algum soa improvisado, embora tenha sido uma produção inesperada, resultado direto da pandemia —o coronavírus forçou a banda a adiar a turnê de “Quadra”, seu último trabalho de estúdio e o 15º da carreira, lançado poucas semanas antes das medidas de distanciamento social.
Andreas Kisser, o guitarrista da banda, conta que os músicos gravavam as suas partes em casa, em várias cidades do mundo, e mandavam para ele, o responsável pela mixagem. No final do ano passado, depois de 28 episódios de sua live, a banda escolheu 15 músicas de diversos momentos da carreira para formar o álbum, que não soa “nem ao vivo, nem de estúdio, porque é essa mistura meio louca que a pandemia possibilitou, junto com a tecnologia de mandar áudio e vídeo com qualidade”, diz ele.
Gravando a sua parte de São Paulo, Kisser afirma considerar esse disco um aprendizado para a banda, que dessa forma se manteve ativa e produtiva mesmo longe dos palcos e do estúdio. “A gente não ensaiou com ninguém, né. Toma aí, bota a guitarra, bota o vocal, bota a bateria. Nesse aspecto é [um disco] muito livre, é a jam session por si, 100% de usar os elementos que a gente tinha e fazer a jam acontecer, que é o que é uma jam.”
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