Amon, neto do presidente do TJAM e filho do presidente do TCE, é candidato a vereador. Conheça

Amon (Podemos), aos 19 anos, é um dos mais jovens candidatos a vereador de Manaus, nestas eleições. Filho da juíza Elza Chalub, neto do presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), Domingos Chalub, e enteado-filho do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Mário Mello, ele segue os próprios caminhos. “Quero mostrar que preconceito com jovem na política é bobagem, mas isso só se faz na prática”, enfatiza.

Amon, ainda na adolescência, sempre buscou desafios pessoais. Ele se tornou voluntário da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Wikipedia, a enciclopédia livre, onde faz checagem de verbetes. “Esse é o ambiente atual, virtual, para muitos, mas bem real nas nossas vidas. Você já pensou quantos arquitetos e urbanistas, espalhados pelo mundo, poderiam compartilhar ideias para melhorar Manaus?”, aponta.

O jovem candidato aceitou conversar com o portal:

Portal do Marcos Santos – Você carrega o peso de dois presidentes de órgãos importantes do Amazonas, o TJAM e o TCE-AM. O que isso representa na sua candidatura?

Amon – Você já imaginou o peso de ficar parado, apenas usufruindo de possíveis regalias dos pais e avós, sem fazer nada? Sou jovem e aprendi muito de mansidão e entendimento. Mas também sei brigar por meus objetivos e aprendi a concluí-los. Quero mostrar que preconceito com jovem na política é bobagem e isso só se faz na prática. Um bom mandato falará mais alto que minhas relações familiares. E quero ir adiante. O cargo de vereador me parece um ótimo caminho para não dar um passo maior que as pernas e mostrar meu potencial.

 

pms.am – O que o presidente do TJAM e o presidente do TCE-AM, além de sua mãe, a juíza Elza Chalub, acharam da sua decisão?

Amon – Foi uma decisão conjunta: eu decidi e eles aderiram (risos). Mas, falando sério, minha mãe me criou num ambiente muito aberto. O Mario é um parceiro, um amigo e incentivador. O vovô Chalub, apesar das enormes responsabilidades, também me incentiva. Não gosto de comodidade. Prefiro os desafios. E chegou a hora de meter a cara na política, partidária e eleitoral, para viver o processo por dentro e trilhar meu próprio caminho.

 

pms.am – Você já recebeu algum tipo de questionamento?

Amon – Muitos veem na galhofa e ironia de alguns internautas um “excesso de liberdade” das mídias sociais. Eu não. Entendo que é uma forma de as pessoas se expressarem e ninguém tem o direito de desprezar esses comentários. Liberdade é isso. Então tem algumas pessoas falando bobagens, questionando a influência que minha família pode ter na eleição. Eu não ligo. É um caso típico em que os fatos deixarão as coisas claras.

 

pms.am – Quais os seus projetos, como vereador?

Amon – Vereador faz leis. Mandato parlamentar tem voz e voto. Quero legislar nas brechas da vida manauara. A Prefeitura tem feito, por exemplo, enorme esforço para revitalizar o Centro e a Câmara não ajuda. Vou propor isenção do IPTU, por um período de dez anos, para quem reformar prédio privado no Centro. Ok, matéria econômica não pode ser de iniciativa do Legislativo, então vou levá-la ao futuro prefeito e convencê-lo da oportunidade dessa ideia. Depois, na Câmara, serei o principal defensor. Os meus 40 pares (o total na Câmara de Manaus é 41) vão aprender rapidinho a me receber, diariamente, com projetos desse tipo debaixo do braço, discutindo, pedindo apoio, aprimorando. Tem muito desperdício de tempo no plenário, em debates que só consomem tempo, com temas que podem ser resolvidos nos bastidores. Outra coisa: líder comunitário visita gabinete em busca de ajuda. Que venham. Quero que eles sejam meus olhos nos bairros. Onde houver problemas estarei lá, com meu celular, constatando, fotografando, filmando e levando a plenário. Será um mandato exercido em conjunto com minhas redes sociais. E o tempo inteiro. Não apenas no período de eleição.

 

pms.am – De que forma você pretende fazer a campanha?

Amon – A primeira coisa é convencer os jovens a acreditarem em nosso projeto. Se nós mesmos não nos unirmos, então o jeito é aguentar as consequências. A sociedade precisa de mentes arejadas, preparadas, jovens.

 

pms.am – Qual é a sua preparação?

Amon – Sou acadêmico de Direito, na Ufam, empresário e ativista. Trabalho na ONU e na Wikipedia, como voluntário. Agora quero trabalhar voltado para Manaus e minha experiência em trafegar nos corredores lotados da internet ajudarão muito. Esse é o ambiente atual, virtual, para muitos, mas bem real nas nossas vidas. Você já pensou quantos arquitetos e urbanistas, espalhados pelo mundo, poderiam compartilhar ideias para melhorar Manaus?