Pai aconselhou Rafael a se entregar, quando ele comunicou o homicídio

Pai aconselhou Rafael a se entregar

Pai aconselhou Rafael a se entregar e ele recusou o conselho, preferindo a fuga, disse o delegado Paulo Martins, durante coletiva

O delegado Paulo Martins acaba de retornar a Manaus com Rafael Fernandes, 31, assassino confesso da miss Manicoré Kimberly Mota, 22. “Ele confessou a morte durante a viagem”, disse o delegado, que é titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS). Depois de matar, Rafael ligou para o pai e este o aconselhou a se entregar, mas ele optou pela fuga. Ontem (15/05), o pai se atirou à frente de uma composição de metrô, em São Paulo, e faleceu.

Paulo Martins estava ao lado da delegada Zandra Ribeiro, que preside o inquérito, e do delegado-geral-adjunto, Tasso Yuri. A deputada estadual Alessandra Campelo, presidente da Comissão da Mulher da Assembleia Legislativa, também participou da coletiva.

 

O crime

Na hora do crime, Rafael disse que Kimberly foi ao banheiro e deixou o celular na cabeceira da cama. Havia descoberto a senha do aparelho. Quando viu as mensagens, foi à cozinha, pegou a faca e deitou ao lado dela, arma escondida nas costas. Quando ela se distraiu, ele a esfaqueou. A miss não esboçou reação porque o primeiro golpe foi muito violento.

Depois que Rafael percebeu Kimberly morta tentou carregá-la, mas não conseguiu. Levou o corpo ao banheiro e, depois, não conseguiu carregá-la, fugindo imediatamente.

O crime aconteceu por volta de 0h30 de segunda-feira (11/05). A partir daí, o assassino confesso iniciou a fuga desesperada rumo à Venezuela.

 

Fuga

Na fuga, Rafael errou o caminho da BR-174 (Manaus-Boa Vista) e foi parar na AM-010 (Manaus-Itacoatiara). Num dos recantos da rodovia amazonense, que ele diz não lembrar qual, atirou o celular da vítima. “A polícia vai tentar recuperar o aparelho”, disse Paulo Martins.

Já em Pacaraima (RR), onde foi preso, Rafael fez várias tentativas de entrar na Venezuela. “Lá está muito bagunçado e vai ser mais fácil passar despercebido”, pensou, conforme relato do delegado.

Na última tentativa de fuga, porém, feita com a ajuda de venezuelanos, ele conseguiu passar a vigilância brasileira. Mas quando chegou à barreira sanitária venezuelana da Covid-19 precisou pagar R$ 1 mil para não ser morto. E teve que voltar. Foi preso no dia seguinte.

 

Já sabe da morte do pai

Rafael já sabe da morte do pai, em São Paulo. “Ele se disse muito triste com isso”, afirmou Paulo Martins. O pai do bacharel em Direito foi a primeira pessoa para quem ele ligou. Recebeu de volta o conselho para se entregar à polícia, que resolveu não seguir.

Rafael deve ser interrogado somente amanhã (17/05). O Sindicato dos Funcionários do Tribunal Regional do Trabalho, onde ele trabalhava, enviou um advogado. A mãe dele enviou outro. O rapaz, porém, disse que tem advogado próprio e recusou os dois.

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1 comentário

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  1. Naiara disse:

    Ele simplesmente acabou com a vida dele , a vida do pai , dela , da mãe dela. Nunca mais serão os mesmos !! Ele precisa pagar isso com prisão perpétua !! Mas como a justiça aqui é fraca que ele receba a justiça de Deus principalmente !! Pois somente Deus pode dar e tirar a vida de alguém !!