Ponta Negra Zona Leste, um programa de campanha para candidato a prefeito defender e cumprir

Ponta Negra Zona Leste

Ponta Negra Zona Leste teria a marca de Oscar Niemeyer, a partir do monumento cuja maquete é conhecida do manauara, como nessa reprodução.

O Parque Ponta Negra é, sem dúvida, o maior e mais atrativo complexo turístico do Amazonas. Perde, talvez, para o Largo de São Sebastião, com Teatro Amazonas, Igreja e praça do mesmo nome. Sem contar as calçadas de Burle Marx, que inspiraram os desenhos do calçadão de Copacabana. Qualquer melhoria que se faça ali é salutar, bem-vinda e salve-salve aleluia. Mas a Zona Leste também tem um ponto turístico único, impagável. É bola quicando, na marca do pênalti, para alguém fazer o gol. É a Ponta Negra Zona Leste.

A Ponta Negra é um projeto que atravessou vários governos. Arthur Virgílio, em 1992, fez toda a movimentação de terra. Amazonino e Eduardo Braga, que o sucederam, fizeram a configuração antiga. Os três mostraram que Manaus era capaz de explorar o potencial do balneário. É, afinal, praia isenta da poluição provocada pela capital, graças à corrida do rio Negro rumo à foz.

Amazonino, na gestão encerrada em 2012, iniciou a construção do projeto de Roberto Moita. Começou a perenização da praia e colocou a primeira parte das pedras portuguesas do atual calçadão. As coisas ficaram pela metade, que se convencionou chamar de “primeira fase”. Arthur completou a segunda fase, que ainda hoje recebe melhorias.

É lá que a cidade se reúne. Mais que um “local das elites”, a Ponta Negra se tornou uma referência manauara, estadual, amazonense. É para onde todos têm orgulho de levar visitantes a passear.

Agora chegou a vez de uma “Ponta Negra Zona Leste”, como propõe este artigo.

Nada de maniqueísmo. Não existe a “cidade da elite” e a “cidade dos pobres”. Enquanto Manaus não entender essa premissa básica, a qualidade de vida do manauara continuará comprometida.

O Mirante Encontro das Águas, projetado por Oscar Niemeyer, tem tudo para se tornar um local referencial. O arquiteto dispensa apresentações. Mas o brasileiro que chega à esfuziante Costa Amalfitana, paraíso turístico italiano, é surpreendido: uma das atrações turísticas de Ravello, cidade debruçada na encosta do mar, é o auditório projetado pelo brasileiro. A outra é a Vila Rufolo, do Século XI.

Criado em 2000, o auditório foi inaugurado em janeiro de 2010. Foram dez anos de polêmicas legais, principalmente ambientais, até a conclusão. O melhor é que a obra virou uma unanimidade italiana.

O Mirante Encontro das Águas é de 2005, o primeiro ano da gestão do prefeito Serafim Corrêa (2005-2008). Ele entregou a gestão do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) ao competente Carlos Valente. Saíram obras de grande significado urbanístico, como o Parque dos Bilhares. E o primeiro projeto de Niemeyer na Região Amazônica.

O Mirante, debruçado sobre o Encontro das Águas, chegou a ser cogitado como parque da Copa 2014. Mas, ainda desta vez, esbarrou na burocracia, problemas ambientais e falta de recursos.

 

Praia perene

Essa obra seria a cereja do bolo da Ponta Negra Zona Leste. Abaixo do local hoje conhecido como “Mirante da Embratel”, uma praia se levanta todos os anos. A perenização da Ponta Negra mostrou que obra desse tipo não afunda, nem mata por causa de buracos. O excelente trabalho da empresa Mosaico, com tecnologia cabocla, está de pé. Eliminou todas as bobagens que foram ditas à época, na evidente campanha levantada para tentar impedir a obra. Entre inocentes úteis e tubarões da mídia, hoje, todos são unânimes em aplaudi-la.

O aterro da Ponta Negra é, enfim, exemplo para o que pode ser feito na várzea em frente ao Encontro das Águas. A praia está lá, fica de fora alguns meses do ano e é possível perenizá-la.

O Parque Encontro das Águas seria o local para fotografar o grande fenômeno amazônico. O turista se deleitaria com a vista, a obra de Niemeyer, a praia, a natureza esfuziante do local.

Arthur Virgílio, com a organização das finanças da Prefeitura, talvez ainda consiga iniciar a Ponta Negra Zona Leste. A dúvida é se encontrará fôlego, num erário comprometido com obras como realiza nas ruas Pará e João Valério.

A bola está quicando, na marca do pênalti, para os candidatos ao cargo de Arthur Virgílio.

O próximo prefeito tem um prato cheio para transformar essa obra no seu carro-chefe.

Candidatos, uni-vos!

A Zona Leste é o maior colégio eleitoral de Manaus. Está carente de áreas de lazer coletivo. O morador lota a avenida Itaúba, no Jorge Teixeira, durante o Réveillon, mas sabe que se trata de improviso. A avenida Autaz Mirim (Grande Circular) se tornou a barreira invisível desse apartheid que Manaus precisa romper. É lá, claramente, o limite das grandes lojas e shoppings, sem que ousem transpô-lo.

Sem lazer e carente de equipamentos urbanos básicos, o morador da Zona Leste se desloca para outros pontos da cidade. Vai em busca de divertimento e de trabalho. E aí pressiona o sistema de transporte coletivo, entre outras coisas.

A Ponta Negra da Zona Leste é, portanto, um símbolo a ser perseguido nas próximas gestões. O projeto está pronto. Não há qualquer dúvida sobre sua exequibilidade.

Ponta Negra Zona Leste

O Mirante da Embratel, como é conhecido hoje, espera abandonado pela obra monumental que a cidade necessita

O juiz da história apitou. Chegou a hora de marcar esse gol.

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4 comentários

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  1. mimico netto disse:

    Nada contra, pois os bravos moradores da Zona Leste, merecem aproveitar as belezas existentes nesse local, porém, seria mais rápido, construir novo balneário, do outro lado da Ponte Rio Negro, no município de Iranduba, em frente ao complexo da Ponta Negra. Sua localização, de fácil acesso, seria ótimo para os turistas e para a população em geral.

    1. jose raimundo disse:

      Concordo em parte, agora, a zona leste, fica do lado oposto, e, com esse transporte coletivo capenga. O Mirante da Embratel/zona leste, além de perto, já esta o Projeto pronto desde gestões passadas.

  2. Marcos disse:

    Depois que sente o gostinho do poder e do dinheiro fácil aí já não quer mas parar

    1. jose raimundo disse:

      Realmente, a Ponta Negra/Z. Oeste, já tem muitos benefícios. Imagino que ao invés de contruir uma parada, estilo Dubai, Seria mais interessante, iniciar algum atrativo para a Zona Leste.