Salão de Artes ‘Parintins em Cores’ revela novos talentos e diversidade artística

 

Texto e fotos: Peta Cid

Parintins é um salão de exposição por conta da produção artística que revela talentos com potencial para a arte visual, escultura, fotografia e artesanato. Na busca pela independência e autonomia por meio da arte e na expectativa do grande público esperado na cidade no período do Festival Folclórico, mais de quarenta expositores entre artistas visuais, fotógrafos, escultores e artesãos estão desfilando com suas obras no 4º Salão de Artes Parintins em Cores – 2019, desde sábado, 22, na sala paroquial da Catedral de Nossa Senhora do Carmo.

A exposição é iniciativa do Coletivo Parintins em Cores, criado pelos artistas visuais Afonso Filho, Josinaldo Matos e Arildo Mendes em 2016. A organização tem a participação de artistas que trabalham nos carnavais do Brasil, bois de Parintins, estudantes, acadêmicos do curso de Artes Visuais da Universidade Federal do Amazonas e artistas autônomos.  Este ano, o salão deixa de ser regional e ganha status internacional com a participação do arquiteto português Aires Fernandes, artistas de Manaus, Maués, Boa Vista do Ramos, Juruti e do Coletivo Fotografa Parintins.

Com trinta anos de atividades, o artista Josinaldo Matos, 45, avalia que apesar de Parintins ser difundida nacionalmente, a realidade é dura para os artistas locais que não tem um espaço destinado a exposição permanente de suas obras. “Parintins causou espanto no designer gráfico Hans Donner, que viu tantos artistas por metro quadrado, mas na realidade não temos espaços culturais. O salão objetiva suprir a ausência de galerias e pinacotecas”, ressalta.

Ele lembrou que quando se fala em artista parintinense, o olhar se volta ao boi-bumbá,  porém a arte local é muito mais diversificada e rica. No Salão, por exemplo, vão desfilar obras de arte em tela, fotografia, esculturas, entalhes em madeira, peças de roupa artesanal, cocares produzidos em madeira, marchetaria e biojóias.

“Temos diversidade na arte parintinense e qualidade. Este salão vai se transformar até dia 02 de julho em uma espécie de Capela Cistina com tantas obras”, acredita.

 

Palácio Cordovil em galeria

Na abertura da exposição será lançado um abaixo assinado para que o prédio do Palácio Cordovil, localizado na Praça Eduardo Ribeiro no centro da cidade, seja recuperado e transformado em galeria de arte. Há anos o local deixou de ser a sede da Prefeitura de Parintins e está fechado com suas instalações deterioradas pela ação do tempo.

“Os turistas que chegam a Parintins querem de ver de perto a arte local e uma grande galeria seria uma espécie de portal para levar a obra do artista para o mundo. O Palácio Cordovil seria perfeito para difundir a cultura de Parintins”, propõe Josinaldo.

Ele cita o exemplo do artista Arildo Mendes que está com sua obra conhecida em todo o mundo, aceitação no mercado e faz parte do calendário da empresa Acrilex com pinturas do cotidiano.

“Nós queremos outros artistas reconhecidos como o Arildo. Mas veja que ao encerramento da exposição, dia 02 de julho, as telas que não forem vendidas voltam para a casa dos artistas e ficam escondidas entre quatro paredes”, lamenta Josinaldo Matos.

 

 

Fotografa Parintins

O Coletivo Fotografa Parintins estará presente com quatro representantes que vão mostrar o trabalho que divulga a cidade para o mundo. “A arte da fotografia nos dá uma grande satisfação, especialmente por divulgar nossa cidade, a nossa cultura, a riqueza que Parintins oferece ao turista”, destaca o fotógrafo Riso Alencar, 41, que já participou de quatro exposições.

O fotógrafo Justino Guimarães, 43, é outro que está na expectativa de poder mostrar seu trabalho de dez anos como profissional da fotografia. “Oportunidade única, vamos expor cinco obras com temática amazônica e esperamos boa participação dos turistas no salão”, diz.

 

Artesãos

Os artesãos que partiram de simples peças de entalhe em madeira trabalhadas com cipós, junco, fibras, palhas e souvenir, agora expõe uma produção regional mais requintada.  Diversidade com roupas tecidas em fibras de tucum, sacarias, o exotismo das confecções pintadas à mão e o glamour caboclo das biojóias fabricadas com a valorização das sementes regionais.

O salão paroquial onde será realizada a exposição fica na Rua Jonathas Pedrosa, centro, ao lado da Catedral de Nossa Senhora do Carmo.