Nova denúncia contra desembargador acusado pela nora e neta de pedofilia

O desembargador aposentado Rafael Romano já responde à acusação de ter abusado sexualmente da neta de 7 anos. Foto: Divulgação

A Delegacia Especializada de Proteção à Crianças e Adolescentes (Depca) instaurou inquérito para apurar nova denúncia contra o desembargador aposentado Rafael Romano, que já responde a processo por abuso sexual da própria neta quando ela tinha 7 anos. A nova acusação foi feita por S.N.D.S., 30 anos, que em depoimento no dia 20 de junho deste ano, na Especializada, contou que sofreu abusos sexuais entre os 13 e 14 anos.

A vítima disse que começou a trabalhar como babá na casa de Rafael Romano no início do ano 2000, com a idade de 13 anos. Segundo a mulher, o desembargador começou a aliciá-la durante os passeios feitos com os netos nos fins de semana. Ela conta que Rafael Romano fazia investidas sexuais, passava as mãos no seu corpo e alisava suas coxas. Ele dizia que ela ia gostar e não era para ter medo.

Diante das negativas da vítima, Romano teria oferecido dinheiro em troca dos favores sexuais. A jovem conta que não aceitou a proposta. Em 2001, ele teria ido até a escola onde ela estudava. Quando a adolescente chegou no carro, ele mostrou R$50 e pediu para ela fazer sexo oral nele. Ela diz que se negou, mas foi ameaçada com uma arma de fogo e obrigada a realizar a prática sexual.  Depois disso, a moça que ainda não tinha tido relações sexuais com ninguém, vomitou e viu que ele tinha em seu carro inúmeros rolos de papel higiênico.

A partir desse dia, praticamente uma vez por semana ela conta que sofria abuso sexual do desembargador, entre 2003 e 2004. Ainda em depoimento, ela disse que inúmeras vezes ele ia para quarto de empregada, a estuprava, passava a mão nas partes íntimas dela, a beijava e chupava o pescoço dela, passava o órgão genital nos seios da vítima.

Ela disse que chegou a ameaçar contar tudo sobre os abusos sexuais para a família dele e Rafael respondeu que ninguém acreditaria numa simples empregada e que ele era juiz da Infância.

S.N.D.S. afirma que uma vez foi levada ao Motel Cobras, mas o ato não se consumou porque ela começou a  gritar e ele foi obrigado a sair do local.

Ela declarou ainda que parou de trabalhar como babá em 2007, mas mesmo assim ainda foi estuprada mais duas vezes por ele. Ela era abordava na escola, onde ele obrigava a jovem a entrar no carro e fazer sexo oral.

Relembre o caso

A primeira denúncia contra Romano foi formalizada no Ministério Público Estadual (MP-AM), pela mãe da adolescente, a advogada Luciana Pinheiro, que tornou público o caso por meio de redes sociais. Conforme a denúncia, Romano abusava da neta desde quando ela tinha 7 anos de idade.

De acordo com a vítima, o último caso ocorreu quando a menina já estava com 14 anos, em 2016.  O caso veio à tona depois que a mãe fez denúncia ao Ministério Público. Ela contou que soube da situação pela própria filha no dia 8 de fevereiro. Ela disse que visitava uma amiga em um hospital quando a filha decidiu revelar a situação.

O desembargador Rafael Romano atuou no Juizado da Infância e da Juventude no Amazonas e foi relator da operação Estocolmo, deflagrada em 2012 para combater o crime de exploração sexual de jovens no Amazonas, envolvendo políticos, entre eles o ex-prefeito de Coari Adail Pinheiro, e empresários.

 

Reportagem: Bruna Chagas

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1 comentário

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  1. Risalva Fernandes da Silva disse:

    Esse MONSTRO deve ser punido com todo rigor que há na LEI…