AGU prepara resposta à Justiça dos EUA em nome de Moraes

Ação aponta suposta censura a plataformas americanas. (Foto: Reprodução)

A Advocacia-Geral da União (AGU) está finalizando minutas de resposta à Justiça dos Estados Unidos para defender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), alvo de uma ação movida por empresas do grupo do ex-presidente Donald Trump. A iniciativa ocorre após a Justiça americana aceitar a citação do magistrado, com base em supostas violações à liberdade de expressão atribuídas a decisões suas no Brasil.

O processo foi movido pela Trump Media & Technology Group e pela plataforma Rumble, que alegam ter sido vítimas de censura por ordens judiciais expedidas por Moraes, as quais teriam afetado conteúdos e usuários norte-americanos. As empresas pedem que o ministro seja responsabilizado judicialmente em território americano.

Desde junho, a AGU assumiu oficialmente a defesa do ministro. O ministro-chefe da pasta, Jorge Messias, acionou o escritório da AGU nos EUA para monitorar o caso e solicitou ao STF subsídios técnicos e jurídicos para a elaboração das petições.

Contudo, segundo documentos obtidos pela imprensa, nenhuma peça será protocolada neste momento. A AGU aguarda a eventual assinatura do mandado pelo diretor da secretaria do Tribunal Distrital da Flórida. Até que isso ocorra, o processo permanece em compasso de espera. Há expectativa de que seja necessário um pedido formal de cooperação jurídica internacional para que a ação tenha prosseguimento.

As acusações feitas pelas empresas ligadas a Trump se referem a decisões do ministro Moraes que impuseram restrições a conteúdos em plataformas digitais com base na legislação brasileira. Segundo o processo, essas ordens violariam os princípios da Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que protege a liberdade de expressão.

No entanto, tanto o STF quanto a AGU argumentam que empresas estrangeiras que operam no Brasil estão sujeitas à legislação nacional e às decisões judiciais brasileiras. Interlocutores do Judiciário consideram a ação americana uma reação ao recente entendimento do STF que atribui responsabilidade às redes sociais por conteúdos ilegais postados por usuários, decisão que tem repercussões diretas sobre plataformas internacionais.

Veja também
Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Portal do Marcos Santos
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.