Projeto do Inpa investiga invertebrados aquáticos em São Gabriel da Cachoeira

Projeto do Inpa investiga invertebrados aquáticos em São Gabriel da Cachoeira

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) vai fazer um inventário dos invertebrados aquáticos em áreas de altitude da Amazônia.

O projeto “AquaInvert-Amazônia”: integrando ciência e saberes locais para conhecer a biodiversidade de invertebrados aquáticos em áreas de altitude da Amazônia,  tem como foco São Gabriel da Cachoeira, distante 852 quilômetros de Manaus.

Iniciativa

Apoiado pela Iniciativa “Amazônia + 10” , o projeto envolve pesquisadores de cinco estado brasileiros e é coordenado pela pesquisadora do Inpa Neusa Hamada, líder do Laboratório de Citotaxonomia e Insetos Aquáticos, da Coordenação de Biodiversidade (Lacia/Cobio). O AquaInvert-Amazônia atua em áreas acima de 500 metros de altitude, locais considerados críticos pela ausência de informações científicas e de difícil acesso.

“O projeto vai realizar inventário da diversidade de invertebrados aquáticos em áreas de altitude da Amazônia e análise da relação deles com variáveis ambientais. Faremos ainda a projeção de cenários de distribuição e a realização de ações de educação e divulgação científica nas comunidades locais”, contou Hamada, que tem mais de 30 anos de contribuição à ciência e com longa trajetória junto com sua equipe na popularização da ciência.

Workshop

Mais de 40 pesquisadores e colaboradores dos cinco estados envolvidos na iniciativa participaram do 1º Workshop do projeto AquaInvert-Amazônia, realizado no Inpa, nos dias 29 e 29 de junho. O objetivo foi alinhar os métodos que serão utilizados para a coleta de invertebrados aquáticos nas diferentes regiões de altitude da Amazônia para assegurar a padronização das abordagens, a comparabilidade dos dados e a robustez das análises ecológicas.

De acordo com Hamada, as discussões também contemplaram aspectos logísticos e operacionais das próximas expedições, já que as coletas vão acontecer em áreas remotas e de difícil acesso. Em um dos dias, os participantes realizaram atividades práticas na Reserva Florestal Adolpho Ducke, aplicando o protocolo adaptado que será utilizado durante as coletas de campo.

Ciência

Além das questões metodológicas, o grupo dedicou parte do workshop à construção coletiva das ações de popularização da ciência e à definição do plano de comunicação do projeto. As propostas apresentadas envolvem a produção de materiais educativos trilíngues, modelos tridimensionais, oficinas em comunidades indígenas e estratégias para disseminar os resultados científicos para públicos diversos, respeitando e valorizando os saberes tradicionais.

Viagem a São Gabriel da Cachoeira

Crianças em atividade educativa com a equipe do Lacia. Foto: Acervo Lacia/Inpa.

Crianças em atividade educativa com a equipe do Lacia. Foto: Acervo Lacia/Inpa.

Como parte das ações do projeto, uma equipe de pesquisadores realizou uma viagem ao município de São Gabriel da Cachoeira (AM), no período de 31 de maio a 07 de junho. A expedição teve como foco apresentar os objetivos da pesquisa para as comunidades indígenas da região da Serra Curicuriari (conhecida como Bela Adormecida) e da área do Morro dos Seis Lagos, além de promover oficinas e atividades educativas.

Atividades lúdicas

Na ocasião, foram desenvolvidas atividades lúdicas com crianças e membros das comunidades Curicuriari, São Jorge (Bela Adormecida) e Ya-Mirim (Morro dos Seis Lagos). As ações contemplaram a diversidade de insetos aquáticos e sua importância para os ecossistemas, despertando o interesse da população local pelo tema e promovendo o diálogo entre os conhecimentos científico e tradicional.

“A proposta foi submetida à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) para a obtenção da licença necessária à coleta biológica. Após essa etapa, a expedição à serra da Bela Adormecida será realizada com a colaboração de membros das comunidades indígenas São Jorge e Curicuriari”, disse Hamada.

De acordo com a pesquisadora, está em fase final de produção a tradução de um livro infantil sobre insetos aquáticos para as línguas Nheengatu e Tukano, em parceria com professores indígenas do município de São Gabriel da Cachoeira. O material será disponibilizado, em breve, na versão em PDF e depois na versão física do livro.

Apoios

Projeto recebendo apoio do exército brasileiro.

Projeto recebendo apoio do exército brasileiro.

O projeto é desenvolvido no âmbito da iniciativa “Amazônia + 10” e envolve pesquisadores dos cinco estados brasileiros. É financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico(CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (Fapespa), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Roraima (Faperr), Fundação de amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg).

Expedição

A expedição para São Gabriel contou com o apoio do Comando Militar da Amazônia (CMA), a 2ª Brigada de Infantaria de Selva e 5° Batalhão de Infantaria de Selva. Também auxiliaram nas atividades a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), a Coordenadoria das Associações Indígenas do Médio e Baixo Rio Negro (CAIMBRN) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Atividade em São Gabriel_Foto Lacia-Inpa.jpeg
Prática na Ducke. AquaInvert-Amazônia. Foto Lacia-Inpa.JPG
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