TRE-AM promove encontro com foco em escuta ativa e prevenção da violência doméstica

Comprometido com a construção de um espaço de escuta ativa e de transformação, o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) promoveu um encontro sobre “Medidas Efetivas de Enfrentamento da Violência Doméstica e Familiar”, no âmbito institucional.

A iniciativa, realizada nesta quinta-feira (03/07), reuniu magistrados, servidores e colaboradores, que tiveram a oportunidade de se aprofundar no tema, discutindo medidas preventivas, sinais de violência e formas de acolhimento e apoio às vítimas.

A vice-presidente e corregedora, desembargadora Nélia Caminha, fez a abertura do encontro, destacando a importância da pauta, que atinge mulheres em diversos contextos, independentemente de classe social, faixa etária e escolaridade. “Às vezes, há uma dependência emocional e econômica, o que torna difícil para muitas mulheres superar essas barreiras. Elas precisam de apoio, acompanhamento e de uma campanha em massa por parte das instituições e do governo, que conscientize a sociedade e puna os agressores”, ressaltou a desembargadora.

O evento foi resultado da parceria entre a Comissão Permanente de Incentivo à Participação Feminina e dos Direitos da Mulher, a Comissão de Apoio à Unidade Gestora do Programa Ame-se, a Ouvidoria Eleitoral, que tem como titular a juíza Giselle Falcone, e a Ouvidoria da Mulher, sob a responsabilidade da juíza Lídia Abreu.

A juíza da Corte Eleitoral, Mônica Raposo, destacou o momento como um espaço de reflexão e alerta. “A violência contra a mulher pode ser cometida, inclusive, no âmbito institucional. A intenção é abordar o assunto de maneira completa e também lúdica, alertando que você pode, sim, estar sendo vítima e não perceber. O mais importante é ter consciência de que é possível lutar contra o que está errado”, pontuou a magistrada, também presidente da Comissão de Incentivo à Participação Feminina do TRE-AM.

Dados e alertas

A assistente social do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), Celi Nunes, proferiu palestra sobre o assunto, destacando a importância do envolvimento das instituições no enfrentamento da violência doméstica. Segundo dados apresentados pela assistente social, em 2024, o TJAM concedeu 15.787 medidas protetivas de urgência, número que representa um recorde nos últimos cinco anos, conforme levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“O TRE está à frente de muitas outras instituições nesse sentido, por compreender a importância de olhar para essa temática, que afeta inclusive os próprios trabalhadores do tribunal. Quando essas informações são compartilhadas com todos os servidores, reforçamos a necessidade de enfrentar um fenômeno tão complexo, que exige a intervenção de todas as instituições e o envolvimento consciente da sociedade”, alertou a assistente social, que atua há mais de 10 anos em políticas de combate à violência doméstica no Amazonas.

O encontro também contou com uma encenação do grupo de teatro da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), que encenou uma situação de violência doméstica, identificada no ambiente de trabalho.

Para atender casos dessa natureza, cometidos no âmbito do tribunal, a Ouvidoria Eleitoral conta com a atuação da Ouvidoria da Mulher – canal que recebe denúncias relacionadas à violência contra a mulher e encaminha as demandas para os setores competentes para solução, como a Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação do TRE-AM, além do Ministério Público e dos órgãos de segurança.