
Lula defende justiça tributária: luta por um país com padrão de classe média
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou nesta quarta-feira que o Governo Federal trabalha para implementar no país uma perspectiva de justiça tributária mais efetiva. Para construir um país em que o peso dos impostos não recaia de forma tão desproporcional sobre os trabalhadores em relação à parcela mais privilegiada.
Em entrevista à TV Bahia, Lula argumentou que os ajustes para cumprir as metas de responsabilidade fiscal não podem prejudicar programas sociais, a política de valorização do salário mínimo e investimentos necessários em saúde e educação. Também nesta quarta, o presidente participou das celebrações pelo 2 de Julho, considerado dia de luta pela independência.
Decreto
O presidente defendeu o decreto enviado ao Congresso pelo Governo com ajustes na cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que previa mudanças para evitar evasões de recursos e direcionar a cobrança adicional para operações que alcançam setores mais ricos da sociedade. O decreto foi derrubado por deputados e senadores e o Governo Federal resolveu acionar, via Advocacia-Geral da União, o Supremo Tribunal Federal para arbitrar sobre a constitucionalidade da medida.
“Estamos fazendo um ajuste tributário para que os mais ricos paguem um pouco, para que a gente não precise cortar dinheiro da educação ou da saúde”, disse Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República.
Governo
“O governo brasileiro tem o direito de propor o IOF, sim, e não estamos propondo aumento de imposto. Estamos fazendo um ajuste tributário para que os mais ricos paguem um pouco, para que a gente não precise cortar dinheiro da educação ou da saúde. Houve pressão das Bets, houve uma pressão das Fintechs, e o dado concreto é que o interesse de poucos prevaleceu”, disse.
Assista a vídeo com participação de Lula em ato na Bahia:
Diálogo
O presidente ressaltou que segue aberto ao diálogo com o Congresso Nacional, e que pretende retomar conversas mais diretas com os presidentes das duas Casas quando retornar de agendas na Cúpula do MERCOSUL, nesta quinta, em Buenos Aires, e na Cúpula do BRICS, no próximo fim de semana, no Rio de Janeiro.
“Eu sou um cara agradecido ao Congresso. Não sou um cara que tem rivalidade. O Congresso aprovou muitas coisas que a gente queria. Mas se eu não entrar com recurso no Poder Judiciário, se não for à Suprema Corte, eu não governo mais o país. O Congresso legisla e eu governo”, disse o presidente
O presidente lembrou que já enviou ao Legislativo outros projetos para equalizar regras de isenções de impostos e de desoneração a setores empresariais específicos, o que seria uma forma mais estrutural de realizar os ajustes.
Proposta
“Você sabe qual foi a proposta que fiz? É que a gente poderia cortar 10% linear de todos os benefícios fiscais. Você sabe quanto tem de isenção e de desoneração nesse país? São R$ 860 bilhões. Temos que cortar em quem tem gordura, fazer uma bariátrica em quem tem gordura. Ele vai continuar rico, vai continuar com benefícios. Eles querem que eu corte benefício? Que não dê aumento do salário mínimo. Não. Nós precisamos trabalhar para levar o país a ser um país de padrão de classe média”, argumentou.
Nessa trilha, o Governo Federal enviou este ano ao Congresso o projeto de revisão do Imposto de Renda, em tramitação no Legislativo, que prevê 100% de isenção para quem ganha até R$ 5 mil, e trabalhou pela aprovação da reforma tributária, que garante a partir de 2027 o fim da cobrança de impostos em itens da cesta básica.
Momento econômico
Lula celebrou ainda o momento econômico especial do país, com o menor índice de desemprego da série histórica (6,2% no trimestre encerrado em maio), mais de um milhão de empregos com carteira assinada gerados apenas em cinco meses de 2025, PIB crescendo acima de 3% nos dois primeiros anos de gestão e dólar em baixa.
“Eu digo sempre que esse país teve dois momentos históricos de inclusão social. Teve o Getúlio Vargas, que fez a consolidação da lei do trabalho, que tirou o trabalhador da febre e escravidão e deu jornada de trabalho. E no nosso governo”, concluiu.
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