
Com foco na segurança, a iniciativa da Feff/Ufam promove o ensino da natação em piscinas e em ambientes naturais, com o objetivo de desenvolver habilidades básicas de natação (Foto: Divulgação/AFAM)
O Projeto Alfabetização Aquática no Amazonas (Afam), iniciativa pioneira da Faculdade de Fisioterapia e Educação Física (Feff) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), deu início neste mês às atividades com turmas formadas por crianças e adolescentes de 6 a 14 anos. O programa, que segue até dezembro, tem como objetivo principal desenvolver habilidades básicas de natação, considerando as particularidades do ambiente amazônico, marcado pela conexão com rios, igarapés e outros corpos d’água.
De acordo com a professora doutora em educação física da Ufam, Kelly de Jesus, coordenadora do projeto, os principais eixos trabalhados no Afam são o desenvolvimento de habilidades de sobrevivência, a valorização da cultura amazônica e a conscientização ambiental. “Em uma região onde rios, igarapés e lagos fazem parte do cotidiano, a natação deixa de ser apenas um esporte e passa a ser uma habilidade essencial de segurança e sobrevivência”, ressalta.
Inserida em uma região onde a convivência com rios, igarapés e balneários é parte da rotina, a proposta do projeto ultrapassa o ensino técnico da natação. A iniciativa busca formar cidadãos conscientes e preparados para interagir com o meio aquático de forma segura e responsável.
“O projeto prepara crianças e os adolescentes para noções básicas sobre situações de risco, como é o caso dos afogamentos, podendo interagir com o ambiente aquático de forma segura e consciente. Além disso, a iniciativa aproveita o ambiente aquático como um laboratório natural para promover a conscientização ambiental”, afirma a coordenadora Kelly de Jesus.
Segurança
Para garantir a segurança dos participantes, os professores do Afam participaram, antes do início das aulas, de uma formação básica em salvamento aquático. A capacitação foi conduzida pelo bombeiro salva-vidas Leandro Nunes de Souza, conhecido como Leandro Hulk, que abordou princípios essenciais de segurança, prevenção e resgate em situações de risco, reforçando a preparação da equipe para conduzir as atividades com responsabilidade, atenção e prontidão.
Cronograma
O bombeiro salva-vidas Leandro Hulk atuará ao longo do projeto com ações voltadas à promoção da segurança no meio aquático, envolvendo diretamente crianças, adolescentes e os responsáveis deles. As atividades complementam as estratégias educativas, reforçando a importância da prevenção e do preparo diante de situações de risco.
Como parte dessa abordagem prática e contextualizada, o projeto também promove vivências em ambientes fora da Ufam, com o objetivo de capacitar os participantes para atuarem com segurança em locais como rios, balneários e outros espaços aquáticos. Entre as ações previstas estão atividades com a Federação Aquática de Remo, experiências na Praia da Ponta Negra e visitas a áreas naturais como lagos e igarapés. Atividades que ampliam a adaptação dos participantes a diferentes contextos, reforçando o aprendizado técnico com vivências práticas em cenários característicos da região amazônica.
Autonomia em ambientes aquáticos
O Afam pretende não apenas ensinar técnicas de natação, mas também desenvolver autonomia e consciência entre os participantes, permitindo que saibam se divertir e se proteger em locais como piscinas, rios, balneários e igarapés, tão presentes no cotidiano da população local. No Amazonas, o Corpo de Bombeiros registra, em média, de 35 a 40 casos de afogamento por ano, número que o projeto busca ajudar a reduzir por meio da educação preventiva e da formação segura.
“Ao possibilitar o desenvolvimento de habilidades de natação e segurança aquática, o projeto salva vidas e promove mais tranquilidade para as famílias. Dominar uma nova habilidade, especialmente uma tão vital para a região, também eleva a autoconfiança e a autonomia das crianças e adolescentes. Eles se sentem mais seguros para interagir com o ambiente aquático e participar de atividades relacionadas, além de que, promover atividades aquáticas, combate o sedentarismo e promove um estilo de vida ativo”, finaliza Kelly.
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