Manaus reduz 73% dos casos de dengue em cenário de médio risco para doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

Foto: Divulgação/Semsa

Manaus registrou 712 casos confirmados de dengue entre janeiro e 16 de junho deste ano, obtendo uma redução de 73% em comparação com o mesmo período de 2024, quando, entre janeiro e junho, houve confirmação de 2.325 casos da doença. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), que mantém monitoramento permanente das doenças transmitidas pelo Aedes e se prepara para a realização de mais um Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa).

O chefe da Divisão de Controle de Doenças Transmitidas por Vetores (DIVDTV/Semsa), Alciles Comape, explica que o LIRAa aponta as áreas da cidade de maior risco para surtos de dengue, zika e chikungunya e as equipes técnicas intensificam, nesses locais, as ações de controle do mosquito Aedes aegypti para a prevenção das arboviroses.

O primeiro LIRAa de 2025, realizado em março, mostrou que o município apresenta médio risco para as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, cenário que vem sendo mantido em Manaus desde 2012.

“Com base no LIRAa realizamos visitas domiciliares em pontos mais vulneráveis, com ações de educação em saúde, bloqueio mecânico e químico com eliminação ou tratamento de depósitos que favorecem a proliferação do mosquito e aplicação de inseticidas para eliminação do mosquito adulto, especialmente nos locais com registro de notificação de casos suspeitos”, informa Alciles Comape.

Bairros vulneráveis

O LIRAa é realizado periodicamente para o levantamento do índice de infestação do Aedes aegypti a partir da vistoria de imóveis selecionados por amostragem nos 63 bairros de Manaus. O resultado pode apresentar uma variação entre baixo, médio (compreende valores entre 1,0 e 3,9) ou alto risco.

Durante a vistoria, agentes de saúde realizam a identificação, eliminação e tratamento de criadouros do mosquito Aedes aegypti, com ações de educação em saúde e a coleta de larvas encaminhadas para análise em laboratório para identificação da espécie do mosquito. Também é feita a identificação dos tipos predominantes de depósitos que podem servir como criadouros do Aedes aegypti.

No LIRAa realizado no mês de março de 2025, foram vistoriados 26.334 imóveis em todos os 63 bairros, envolvendo 284 profissionais da Semsa, obtendo o índice médio de infestação para Manaus de 2,2%. Além disso, também foi obtido o índice em cada zona urbana do município: Oeste com índice de 3,6%; Leste, 2,9%; Sul, 1,6%; e Norte, 1,3%.

Os dados do LIRAa foram agregados às informações sobre a ocorrência de casos notificados de doenças transmitidas pelo Aedes (zika, chikungunya e dengue) e a Semsa elaborou um Mapa de Vulnerabilidade, identificando bairros considerados prioritários para a intensificação das ações de controle do mosquito no município de Manaus.

Com esse trabalho, foram identificados 22 bairros em Alta Vulnerabilidade para surtos e epidemias: Japiim, Parque 10, Presidente Vargas, Flores e Petrópolis (zona Sul); Tarumã, Santo Agostinho, Redenção, Alvorada, Dom Pedro, São Jorge, Compensa e Santo Antônio (zona Oeste); Cidade Nova e Colônia Terra Nova (zona Norte); Colônia Antônio Aleixo, Coroado, São José, Zumbi, Gilberto Mestrinho, Tancredo Neves e Jorge Teixeira.

Na categoria de Média Vulnerabilidade, estão os bairros: Cachoeirinha, Aleixo, Praça 14, Nossa Senhora das Graças, São Lázaro, São Geraldo, Distrito Industrial 1, Morro Liberdade, Educandos, Colônia Oliveira Machado, Raiz, São Francisco, Betânia e Centro (zona Sul); Tarumã Açú, Ponta Negra, Lírio do Vale, Nova Esperança, Planalto, Bairro da Paz, Vila da Prata, Glória e São Raimundo (zona Oeste); Cidade de Deus, Novo Aleixo, Colônia Santo Antônio, Novo Israel, Monte das Oliveiras, Nova Cidade, Santa Etelvina e Lago Azul (zona Norte); Mauazinho e Armando Mendes (zona Leste).

Com Baixa Vulnerabilidade, foram classificados oito bairros: Vila Buriti, Nossa Senhora de Aparecida, Chapada, Adrianópolis, Crespo e Santa Luzia (zona Sul); Puraquequara e Distrito Industrial 2 (zona Leste).

Depósitos

A Semsa também realizou o levantamento do Índice Breteau (IB), que indica o percentual de depósitos encontrados com focos de mosquitos, e que apresentou um índice de 3%. Na análise dos dados, os tipos de depósito que mais têm contribuído para a proliferação do Aedes aegypti, são os tipos lixo recipientes (D2), como garrafas, latas e ferro velho, representando 33,7% do total.

Em seguida, estão os chamados Tipo B (30,3%), que são os depósitos móveis, como vasos, frascos com água, pratos e bebedouros; e os depósitos Tipo A2 (19,8%), que são usados no armazenamento de água para consumo em nível de solo, como tambores, tonéis ou camburões, barris e tinas.

“A Semsa vinha realizando dois LIRAs a cada ano. Este ano, a ideia é realizar mais de dois, com o próximo previsto para iniciar dia 30 de junho”, explica Alciles Comape.

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