
Zona Rural da capital recebe oferta de exame preventivo com técnica aprimorada
Sete unidades de saúde da Prefeitura de Manaus, localizadas na zona rural da capital, iniciaram, na quarta-feira, 11/6, a oferta do exame preventivo em meio líquido, que se constitui em uma técnica aprimorada para a identificação de lesões precursoras do câncer do colo do útero.
O serviço foi disponibilizado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) nas Unidades de Saúde da Família (USF) Ephigênio Salles, Ada Viana, São Pedro e Pau-Rosa (zona rural terrestre); e Nossa Senhora do Livramento; Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora Auxiliadora (zona rural fluvial).
Saúde da Família
As equipes das Unidades de Saúde da Família Fluvial (USFF) Dr. Antônio Levino e Dr. Ney Lacerda, que atendem comunidades ribeirinhas nas calhas dos rios Negro e Amazonas, também foram treinadas e vão disponibilizar o exame a partir da próxima viagem das duas equipes, marcada para os dias 18 de junho e 1º de julho, respectivamente.
Com a ampliação da oferta para a zona rural, a Semsa vai passar a utilizar o exame em 71 unidades de saúde de Manaus.
A chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher da Semsa, enfermeira Lúcia Freitas, explica que o preventivo em meio líquido começou a ser oferecido em 2023 e que o objetivo é ampliar, de forma progressiva, a oferta do exame na rede municipal de saúde.
Preventivo
“Preventivo no método convencional continua a ser utilizado nas unidades de saúde em que não houve a implementação do exame em meio líquido. Para as mulheres, não há alteração na rotina de exames, sem mudança nos procedimentos recomendados, mas há alteração na forma de preparar e processar a amostra coletada no momento do exame”, informa Lúcia Freitas.
A técnica responsável pelo programa de Saúde da Mulher no Distrito de Saúde (Disa) rural, enfermeira Rosa Cristina Belota, destaca que, além da automatização do processo, que economiza tempo, a transição da citopatologia convencional para a citologia do meio líquido representa uma melhoria na qualidade da amostra coletada do colo do útero, reduzindo o risco de ser necessário refazer a coleta.
Exame
“A técnica do exame de citologia em meio líquido garante maior representatividade das células de interesse para a detecção de lesões pré-cancerosas, o que diminui a quantidade de exames com amostras que possam ser consideradas insatisfatórias, ou seja, é um exame diagnóstico de maior sensibilidade”, explica Rosa Belota.
A enfermeira afirma que esse diferencial é de extrema importância, considerando a realidade da assistência em saúde da zona rural, em que é necessário levar em conta questões de logística de transporte e as grandes distâncias geográficas, atendendo a população que reside em comunidades localizadas nas áreas ribeirinhas e em ramais ao longo das rodovias BR-174 (Manaus-Boa Vista) e AM – 010 (Manaus-Itacoatiara).
Coleta de exame
“A captação das mulheres para coleta de exame preventivo na zona rural é muitas vezes realizada de forma oportunística. Quando as mulheres se deslocam por grandes distâncias para procurar qualquer tipo atendimento na unidade de saúde, é a oportunidade que temos para realizar o preventivo. Se temos um exame de melhor qualidade e de maior sensibilidade, esse atendimento é mais resolutivo, diminuindo o índice de recoletas e garantindo um rastreamento de lesões precursoras do câncer do colo do útero mais eficiente para essa população feminina”, informa Rosa Belota.
Para a ampliação do exame na zona rural, houve o treinamento dos enfermeiros responsáveis pela coleta do material do exame nas unidades de saúde. As amostras coletadas são encaminhadas ao laboratório municipal de especialidades Prof. Sebastião Ferreira Marinho, onde é feito o processamento e análise dos exames.
Em 2024, a Semsa realizou 135.523 exames preventivos para detecção das lesões precursoras do câncer do colo do útero. A faixa etária de rastreio, indicada pelo Ministério da Saúde por ser de maior risco para o câncer do colo do útero, é de mulheres de 25 a 64 anos. Quando o exame não apresenta alteração por dois anos seguidos, a mulher deve retornar após três anos para novo exame.
Deixe um comentário