Morte de ex-sinhazinha do Garantido completa 1 ano; relembre o caso

Morte de ex-sinhazinha do Garantido completa 1 ano; relembre o caso

Aos 32 anos, Djidja foi encontrada sem vida dentro de sua casa, no bairro Adrianópolis, zona centro-sul de Manaus (Foto: Reprodução/Instagram)

A morte da empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, completa um ano nesta quarta-feira (28). Aos 32 anos, Djidja foi encontrada sem vida dentro de sua casa, no bairro Adrianópolis, zona centro-sul de Manaus, em 28 de maio de 2024. O caso chocou o Amazonas e ganhou repercussão nacional, não apenas pela perda repentina de uma figura pública querida, mas também pelos detalhes que vieram à tona nas investigações.

O que causou a morte de Djidja?

O laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Djidja sofreu um edema cerebral, que levou à parada cardíaca e respiratória. A suspeita das autoridades, desde o início, foi de uma possível overdose de cetamina — anestésico de uso veterinário que, quando consumido ilegalmente, pode provocar alucinações e dependência química.

A descoberta de uma seita e rituais com drogas

Dois dias após a morte, a Polícia Civil do Amazonas deflagrou a Operação Mandrágora, que revelou uma situação ainda mais grave e inusitada. As investigações descobriram a existência de uma seita chamada “Pai, Mãe, Vida”, liderada por familiares de Djidja.

O grupo realizava rituais que misturavam práticas espirituais com o uso da cetamina, que era aplicada nos participantes sob a justificativa de promover “purificação espiritual” e “elevação da consciência”. A própria Djidja participava desses encontros, muitos deles realizados em seu quarto.

Durante a operação, foram presos a mãe de Djidja, Cleusimar Cardoso, o irmão, Ademar Cardoso, e três funcionários da rede de salões de beleza que a empresária administrava. A polícia também cumpriu mandados de busca em residências, salões e em uma clínica veterinária, utilizada pelo grupo para obter a droga.

Entre os materiais apreendidos estavam frascos de cetamina, seringas, agulhas, celulares, computadores e documentos que comprovariam o uso sistemático da substância nos rituais.

Condenações na Justiça

Seis meses após as prisões, a Justiça do Amazonas condenou sete pessoas envolvidas no caso, incluindo a mãe e o irmão de Djidja. As penas variam entre 8 e 12 anos de prisão pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico.

Na sentença, o juiz Celso de Paula, da Vara Especializada em Crimes de Entorpecentes, destacou que o grupo usava a suposta prática religiosa como fachada para promover o tráfico e o consumo desenfreado de cetamina, criando dependência química nos frequentadores dos rituais.

Quem foi Djidja Cardoso?

Djidja ficou conhecida nacionalmente pela sua atuação como sinhazinha do Boi Garantido no Festival de Parintins, onde encantou o público com seu carisma e sua performance na arena. Após deixar o festival, se consolidou como empresária do ramo da beleza, à frente de uma rede de salões em Manaus.

Meses antes de sua morte, Djidja chegou a compartilhar com os seguidores que enfrentava um quadro de depressão. Na época, chegou a publicar mensagens de reflexão sobre sua luta pessoal, que agora ganham um novo peso após a revelação dos bastidores que cercavam sua vida.

Comoção e despedida

O velório de Djidja foi marcado por forte comoção. Integrantes do Boi Garantido prestaram homenagens com flores, cantos e, em um momento simbólico, realizaram uma última dança ao lado do caixão da ex-sinhazinha, sob aplausos e lágrimas de amigos, familiares e torcedores.

Um ano depois, o nome de Djidja Cardoso segue lembrado tanto pelo seu papel na cultura amazonense quanto pela tragédia que revelou os perigos do uso abusivo de substâncias disfarçadas de práticas espirituais.

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