
Foto: Girlene Medeiros/FVS-RCP
A eliminação de doenças nas Américas e o controle delas no contexto da Tríplice Fronteira (Brasil, Colômbia e Peru) foi destaque durante o último dia do 3º Simpósio Internacional de Doenças Tropicais Negligenciadas na Pan-Amazônia. O evento ocorreu entre os dias 13 e 17 de maio, na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em Tabatinga (a 1.108 quilômetros de Manaus).
A erradicação de doenças foi tema de palestra realizada pela diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), Tatyana Amorim, que encerrou o ciclo de palestras de especialistas da fundação durante todo o simpósio. O evento contou, ainda, com especialistas acadêmicos de saúde do Peru.
Durante a explanação, Tatyana enfatizou os avanços e desafios para a eliminação de até 30 doenças até 2030. “A atuação na Tríplice Fronteira exige respostas baseadas em ciência e cooperação. Trata-se de uma região com características únicas, mas também com potencial estratégico para políticas integradas”, afirmou.
Na ocasião, foram apresentadas as ações conduzidas pela FVS-RCP, como o fortalecimento da vigilância epidemiológica e ambiental, os investimentos em diagnóstico laboratorial no Laboratório de Fronteira (Lafron) e a articulação com instituições nacionais e internacionais.
Outras temáticas
Além da diretora-presidente, a FVS-RCP participou do simpósio com outros especialistas que contribuíram como conferencistas ao longo da programação. A coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose (PECT) do Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE) da FVS-RCP, Lara Bezerra, abordou sobre a estratégia para eliminação da tuberculose no Amazonas. A epidemiologista Adriana Ayden, do Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM), apresentou painel técnico sobre resistência do Mycobacterium tuberculosis, agente causador da tuberculose.
A responsável pelo Ensino, Pesquisa e Inovação da FVS-RCP, Luciana Fé, atuou como mediadora em debates com especialistas do Brasil e do Peru sobre tuberculose. Outros destaques foram as apresentações da coordenadora do Programa de Controle da Malária no Amazonas, Myrna Barata, sobre a eliminação da malária na Amazônia; do responsável pela Vigilância Ambiental da FVS-RCP, Elder Figueira, sobre o papel da vigilância no combate às arboviroses; e da equipe composta por Diego da Silva Queiroz e Samyly Coutinho, com discussão técnica sobre leishmaniose tegumentar na região.
Homenagem
A programação do simpósio incluiu a premiação dos três melhores trabalhos apresentados pela comunidade acadêmica da UEA. O nome do prêmio é uma homenagem à epidemiologista Rosemary Costa Pinto, que dá nome à Fundação de Vigilância em Saúde. O Prêmio Científico Dra. Rosemary Costa Pinto foi entregue a estudantes e contou com a presença da filha da epidemiologista, Camila Pinto.
Rosemary morreu em 2021 em decorrência de complicações de covid-19. A infecção tornou-se simbólica, no caso dela, já que a epidemiologista liderava a fundação no enfrentamento à doença durante a pandemia.
Cooperação fortalece vigilância
Promovido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em Tabatinga, o simpósio reuniu representantes de instituições com estudos e atuação voltados à Tríplice Fronteira, além de especialistas do Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Universidad Nacional de la Amazonía Peruana (Unap), Gerencia Regional de Salud Loreto – Peru, Instituto Monster de Assistência, Ensino e Pesquisa e Secretaria Municipal de Saúde de Tabatinga.
O evento teve como objetivo ampliar o debate sobre doenças tropicais negligenciadas, promover a integração de políticas públicas e fortalecer a resposta conjunta frente aos desafios sanitários da Pan-Amazônia. “Visamos justamente parceria com as instituições para contribuir para prevenção de doenças negligenciadas na região”, ressaltou a coordenadora do simpósio, Marcella Campos.
Participantes da comunidade acadêmica também destacaram a importância do intercâmbio de experiências. “O foco é aprimorar o conhecimento sobre as doenças negligenciadas e a prejudicialidade delas para o nosso cotidiano”, afirmou a estudante de Ciências Biológicas da UEA em Tabatinga Thaylla Oliveira.
Deixe um comentário