China: Lula destaca importância do planejamento estatal para o crescimento econômico

China: Lula destaca importância do planejamento estatal para o crescimento econômico

Em pronunciamento que encerrou o Fórum Empresarial Brasil-China, na manhã desta segunda-feira (12/05) em Pequim, o presidente Luís Inácio Lula da Silva destacou que o comércio entre os dois países aumentou aproximadamente trinta vezes desde 2023, a partir de seu primeiro mandato, e que o potencial é, em suas palavras, inesgotável. E que o aproveitamento desse potencial depende, no Brasil, de planejamento estatal.

“É importante lembrar que em 50 anos de relações bilaterais, nosso comércio evoluiu de maneira extraordinária. Só para se ter ideia, o nosso comércio de 2003 até 2025 cresceu aproximadamente 30 vezes. Em uma demonstração de que o potencial da relação entre China e Brasil é inesgotável(…)”.

“Para manter essa trajetória mutuamente benéfica, estamos recuperando a capacidade de planejamento do Estado brasileiro.”

Mudanças

Lula ressaltou que mudanças estruturais estão em curso no Brasil, durante o atual Governo Federal, que garantem segurança a investidores, como a reforma tributária. Por conta desse novo momento, segundo o presidente brasileiro, a economia nacional tem apresentado crescimento consistente. Fazendo paralelo com a Revolução Chinesa, Lula disse ainda que seu governo tem a preocupação em traduzir crescimento com distribuição de resultados com o conjunto da população.

“Aqui é só importante lembrar aos empresários brasileiros e chineses de que o Brasil é um país que hoje ele garante estabilidade fiscal aos investidores; ele garante estabilidade econômica aos investidores; ele garante estabilidade jurídica aos investidores; ele garante estabilidade política aos investidores; e, mais importante, é que ele garante estabilidade social (…)”

“É a única razão que eu acredito que valeu a pena a Revolução Chinesa em 1949 e o que valeu as nossas eleições no Brasil é provar que quando um governo tem compromissos sociais e não esquece as origens daqueles que chegaram ao poder e querem governar para todos, as coisas melhoram (…)”

Crescimento

“É importante lembrar a vocês que a última vez que o meu Brasil cresceu acima de 3% — a última vez depois de 2010 — foi agora na minha volta à Presidência da República. Nós crescemos 7,5% em 2010, depois o Brasil parou de crescer e, somente quando nós voltamos em 2023, o Brasil voltou a crescer acima de 3%.”

O presidente brasileiro não deixou de citar que as relações com a China são conduzidas por regras de mercado e que, portanto, não há incoerência entre os marcos do capitalismo e a atuação do Estado como indutor do crescimento e como orientador dos investimentos. Lula recordou que ele não teve dúvidas em reconhecer a China como economia de mercado, em 2003, quando parte dos demais países se recusava a fazê-lo. Tal reconhecimento, posteriormente replicado por outros países, em escala multilateral, foi necessária para que a China pudesse ampliar seu comércio, sem ser enquadrada em antigas restrições:

Relações internacionais

“É por isso que nós tratamos essa relação com a China com muito carinho. Com muito carinho, porque eu lembro que foi na primeira visita do presidente Hu Jintao [ex-presidente da República Popular da China] ao Brasil, eu era recém eleito presidente do Brasil, quando a China reivindicava que fosse reconhecida como economia de mercado. Ninguém queria reconhecer a China como economia de mercado.

Pois eu tive a sensatez de reconhecer a China como economia de mercado. E passados 20 anos, eu não me arrependo de ter tomado aquela decisão, porque a China hoje é o maior parceiro comercial do Brasil e é, possivelmente, o maior receptor dos produtos produzidos pelo nosso país (…)”

Leia e assista ao pronunciamento:

“Meu caro amigo, vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e presidente da Confederação de Indústria e Comércio de toda a China, Gao Yunlong; meu caro companheiro Davi Alcolumbre, presidente do Senado Federal Brasileiro e presidente do Congresso Nacional; meu caro deputado federal Elmar Nascimento, 2º vice-presidente da Câmara, que está aqui representando o nosso presidente da Câmara, Hugo Motta, que não pôde comparecer; companheiros, deputados, deputadas, senadores, senadoras, empresários, empresárias; meu caro governador Rafael [Rafael Fonteles, governador do Piauí] e governador Jerônimo [Jerônimo Rodrigues, governador da Bahia], muito obrigado por terem comparecido a esse encontro extraordinário entre empresários chineses e empresários brasileiros.

Meus queridos companheiros representantes de instituições brasileiras, que estão aqui, é extremamente importante a quantidade de ministros que viajaram comigo e alguns ministros que já tinham vindo há 15 dias atrás na China para preparar essa viagem. Tudo isso é uma demonstração daquilo que representa hoje a relação China-Brasil.

Eu vou ler um pequeno discurso devagar para que o intérprete não se canse muito e para que todos possam compreender o que eu estou falando aqui. Eu quero começar dizendo a vocês que esse Fórum Empresarial é mais uma demonstração de que China e Brasil constroem juntos uma história de muito sucesso.

A minha extensa delegação de ministros, governadores, parlamentares e empresários aqui presentes reflete a importância que atribuímos à Comunidade de Futuro Compartilhado por um Mundo Mais Justo e Um Planeta Sustentável.

É importante lembrar que em 50 anos de relações bilaterais, nosso comércio evoluiu de maneira extraordinária. Só para se ter ideia, o nosso comércio de 2003 até 2025 cresceu aproximadamente 30 vezes. Em uma demonstração de que o potencial da relação entre China e Brasil é inesgotável.

Na última década, a China saltou da 14ª para a 5ª posição no ranking de investimento direto no Brasil. Trata-se do principal investidor asiático em nosso país, com estoque de mais de 54 bilhões de dólares.

Para manter essa trajetória mutuamente benéfica, estamos recuperando a capacidade de planejamento do Estado brasileiro. O programa Nova Indústria Brasil é uma plataforma para que empresas chinesas e brasileiras possam construir novas parcerias. Já somos competitivos em diversos segmentos.

A Embraer, terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo, e a WEG, líder em motores elétricos, atestam a capacidade inovadora do nosso parque industrial. Adotamos medidas de modernização regulatória e incentivos à inovação e a parcerias público-privada. Elas garantem segurança jurídica e previsibilidade para investidores nacionais e investidores estrangeiros.

Com o apoio decisivo do Congresso Nacional, aprovamos uma Reforma Tributária que vai facilitar a entrada de investimentos estrangeiros no Brasil, não apenas da China, mas de muitos outros países que quiserem fazer negócio.

Aqui é só importante lembrar aos empresários brasileiros e chineses de que o Brasil é um país que hoje ele garante estabilidade fiscal aos investidores; ele garante estabilidade econômica aos investidores; ele garante estabilidade jurídica aos investidores; ele garante estabilidade política aos investidores; e, mais importante, é que ele garante estabilidade social.

Porque se tem uma coisa, e é a única razão pela qual vale a pena alguém querer governar uma cidade, um estado ou um país, é medir a qualidade de vida que o seu povo terá depois que terminar o mandato do presidente da República.

É a única razão que eu acredito que valeu a pena a Revolução Chinesa em 1949 e o que valeu as nossas eleições no Brasil é provar que quando um governo tem compromissos sociais e não esquece as origens daqueles que chegaram ao poder e querem governar para todos, as coisas melhoram.

É importante lembrar a vocês que a última vez que o meu Brasil cresceu acima de 3% — a última vez depois de 2010 — foi agora na minha volta à Presidência da República. Nós crescemos 7,5% em 2010, depois o Brasil parou de crescer e, somente quando nós voltamos em 2023, o Brasil voltou a crescer acima de 3%.

E o que é mais importante é que o resultado desse crescimento tem que ser repartido com a totalidade do povo brasileiro e não apenas para aqueles que já participam ativamente das benesses do Estado brasileiro. Esse é o sucesso da economia brasileira. Eu costumo dizer, primeiro-ministro, que no Brasil a gente mudou a lógica da economia.

No Brasil se discute muito macroeconomia, se discute muita política de câmbio, mas eu acho que uma coisa que nós vamos discutir muito seriamente num país como o Brasil, no continente africano e na América Latina, é a questão da distribuição de riqueza para o nosso povo. É a chamada “microeconomia”. Ou seja, é fazer com que o dinheiro do país circule na mão de todos os brasileiros, que todos tenham o direito de comprar alguma coisa.

E é isso que justifica o crescimento da economia brasileira, e por isso eu sou muito grato ao Brasil de termos alguns bancos públicos extremamente importantes. Aqui eu estou vendo a presidenta do Banco do Brasil, que é um banco extraordinário para financiar pequenos e médios empresários, sobretudo o agronegócio brasileiro.

Aqui não está presente a Caixa Econômica, que é um banco extraordinário para financiar saneamento básico e habitação. Aqui não está o BNDES, que é um grande banco de desenvolvimento nacional, para fazer investimento em empresas, inclusive financiar as nossas exportações. E aqui não está o BNB, que é o Banco do Nordeste, que é o maior banco de crédito do país para pequeno e médio investidor. E também o BASA, que é um banco da Amazônia.

Tudo isso garante com que o Brasil, além dos bancos privados, tenha uma rede de bancos que garanta, com políticas mais flexíveis, com políticas mais generosas de spread bancário, fazendo com que o dinheiro chegue na mão das pessoas. Explica um pouco o sucesso do Brasil. Nós resgatamos o Banco de Desenvolvimento como uma ferramenta para apoio às exportações.

Muita gente, durante muito tempo, fez críticas, porque o nosso Banco de Desenvolvimento financiava exportação. E as pessoas que faziam crítica não tinham noção de que quando você exporta engenharia, você está exportando serviços e você está ganhando dinheiro. E é por isso que o BNDES é um banco que continua fazendo com que aqueles que querem exportar e que precisam de apoio do Banco de Desenvolvimento, ele estará pronto para ajudar esse banco a fazer as exportações que o Brasil necessita.

Da mesma forma, a nossa querida Apex, representada aqui pelo companheiro Jorge Viana, que é a nossa empresa de prospecção de oportunidade de mercado, que tem sido responsável por grande parte do sucesso das viagens que eu tenho feito na reunião com empresários. Em novembro, ano passado, o presidente Xi Jinping [da República Popular da China] e eu decidimos estabelecer sinergias entre nossos projetos nacionais de desenvolvimento. Hoje, colhemos os primeiros frutos desse trabalho.

O Centro Virtual de Pesquisa e Desenvolvimento em Inteligência Artificial, fruto da parceria entre Dataprev e Huawei, será essencial para o desenvolvimento de aplicações em agricultura, saúde, segurança pública e mobilidade. A parceria da Telebras com a Spacesail ampliará a oferta de satélites de baixa órbita e levará a internet a mais brasileiros, principalmente aos que vivem em áreas mais remotas.

Na área de saúde, concluímos oito acordos que contemplam transferência de tecnologia na produção de medicamentos, insumos farmacêuticos ativos, vacinas e equipamentos médicos.

A cooperação entre o Senai Cimatec e a Windey permitirá a instalação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em energia solar, eólica e sistemas de abastecimento. A experiência chinesa de refino de minerais críticos contribuirá para valorizar a produção em nosso território, inclusive com transferência de tecnologia nos ciclos de montagem de baterias elétricas. Possuímos reservas abundantes em terras raras, lítio, nióbio, cobalto, cobre, grafite, urânio e tório.

O Brasil lidera os esforços de transição energética. Nossa matriz elétrica já é uma das mais limpas do mundo, com 90% de energias renováveis. Estamos descarbonizando a matriz de transporte e mobilidade, aumentando o percentual de etanol na gasolina e de biodiesel, e também a geração de energia eólica e solar, que cresce a cada ano.

Aprovamos também o marco legal que confere segurança regulatória e jurídica para investimentos em combustível sustentável de aviação e para o hidrogênio verde. O agronegócio brasileiro, que já responde por 25% das importações de alimentos da China, pode se constituir em fonte segura de suprimento de sementes, vacinas e produtos veterinários de genética animal e vegetal. Na área de infraestrutura, são inúmeras as possibilidades de cooperação em projetos indutores de desenvolvimento.

O Corredor Ferroviário Leste-Oeste, que vai interligar o Brasil, será um empreendimento fundamental para a logística brasileira e um dos mais transformadores para a garantia da segurança alimentar do mundo. Conectar o oceano Atlântico ao Pacífico, por meio de cinco rotas de integração, facilitará o intercâmbio comercial e levará mais desenvolvimento para o interior do continente sul-americano. As rotas bi oceânicas encurtarão a distância entre Brasil e China em aproximadamente 10 mil quilômetros.

Uma nova rota marítima direta ligando o porto de Zhuhai aos portos de Santana (ES) e de Salvador (BA), inaugurada no mês passado, é conquista adicional para a região Norte e a região Nordeste brasileira. Nosso próximo desafio será o de elevar o intercâmbio de turistas entre Brasil e China e de ampliar as conexões aéreas entre os nossos dois países.

Queridos amigos e queridas amigas, hoje demos mais um passo para fortalecer nosso intercâmbio bilateral e criar oportunidade de comércio e investimento e desenvolvimento. China e Brasil são parceiros estratégicos e atores incontornáveis nos grandes temas globais.

Frente ao ressurgimento de tendências protecionistas, apostamos na redução das barreiras comerciais e queremos mais integração. Os empresários são protagonistas de um dos eixos mais dinâmicos do relacionamento bilateral, com a estruturação de novas cadeias de valor, a transição para uma economia de baixo carbono e o fortalecimento do intercâmbio científico e tecnológico. Juntos, mostramos ao mundo que a cooperação é o caminho a seguir em face dos desafios que emergem no cenário geopolítico internacional.

Meus amigos e minhas amigas, eu preciso falar um pouco de algumas coisas que não estão escritas no meu discurso. Como ninguém me pediu um tempo, significa que eu tenho quatro microfones aqui, eu posso falar um pouco mais.

Eu queria primeiro dizer aos empresários chineses que a relação entre Brasil e China não é uma relação comum, é uma relação de dois países que têm compromisso de resolver o problema do empobrecimento que martelou a vida desses países durante muito tempo.

É notável que a China tenha tirado em 40 anos 800 milhões de pessoas da pobreza. Como é notável que o Brasil em apenas 10 anos tenha tirado 54 milhões de pessoas que passavam fome no meu país.

E é notável como isso permite que a economia se desenvolva quando as pessoas começam a fazer parte do desenvolvimento econômico de cada país. A China tem sido tratada muitas vezes como se fosse uma inimiga do comércio mundial, quando na verdade a China está se comportando como um exemplo de país que está tentando fazer negócio com os países que foram esquecidos durante os últimos 30 anos por muitos outros países.

É importante a gente lembrar que a União Europeia, que sempre foi um parceiro muito grande do Brasil (e ainda o é), depois da queda do Muro do Berlim se dedicou muito mais a ganhar o leste europeu, a transferir suas exportações e o crescimento para o leste europeu e diminuiu muito o investimento para a África e para a América do Sul.

É importante lembrar que outros países grandes deixaram de investir na África e deixaram de investir na América Latina. Até no Brasil as pessoas deixaram de investir quando deveriam ter investido mais.

Só para vocês terem uma ideia do que aconteceu no meu país. Quando eu deixei a Presidência da República em 2010, o Brasil produzia 3 milhões e 600 mil carros por ano. Quando eu voltei à Presidência, 15 anos depois, o Brasil estava produzindo apenas 1 milhão e 600 mil carros. Ou seja, diminuiu mais da metade da nossa capacidade de produzir carro no país.

Por uma única razão, algumas empresas foram embora. Por uma única razão, diminuiu o poder aquisitivo do povo. Por uma única razão, porque os governantes não se importavam com a ascensão social das pessoas que precisavam ter um pouco de ascensão social.

É por isso que nós tratamos essa relação com a China com muito carinho. Com muito carinho, porque eu lembro que foi na primeira visita do presidente Hu Jintao [ex-presidente da República Popular da China] ao Brasil, eu era recém eleito presidente do Brasil, quando a China reivindicava que fosse reconhecida como economia de mercado. Ninguém queria reconhecer a China como economia de mercado.

Pois eu tive a sensatez de reconhecer a China como economia de mercado. E passados 20 anos, eu não me arrependo de ter tomado aquela decisão, porque a China hoje é o maior parceiro comercial do Brasil e é, possivelmente, o maior receptor dos produtos produzidos pelo nosso país, sobretudo do agronegócio. Tem muita gente que reclama que o Brasil exporta para a China só produtos agrícolas e minério de ferro, ou seja, só commodities.

E eu queria só dizer para as pessoas que pensam assim, que para que a gente possa fazer investimento em produtos mais refinados, em produto mais sofisticado, com mais ascensão tecnológica, é preciso a gente lembrar que durante muito tempo o Brasil deixou de investir em educação.

É importante lembrar que a gente não vai conseguir ser competitivo no mundo tecnológico, no mundo digital, se a gente não investir na educação, se a gente não investir em engenharia, se a gente não investir em matemática, se a gente não investir na qualidade, porque o ideal para o Brasil não é ficar exportando soja, se bem que eu gosto de exportar soja. Mas é exportar inteligência, é exportar conhecimento. Para isso não tem milagre, nós temos que investir em educação, como os chineses fizeram.

Pergunte aos chineses quantos milhões de engenheiros eles formaram nos últimos anos. Daí essa revolução tecnológica que os chineses se apresentam diante do mundo. E o Brasil precisa dar graças a Deus de estar exportando agronegócio porque também é preciso a gente saber quanto de tecnologia tem hoje num grão de soja, quanto de engenharia genética tem num quilo de carne que nós vendemos, num quilo de frango, num quilo de porco, num saco de milho.

Ou seja, para a gente não se sentir inferior, porque só estamos exportando agronegócio. Nós temos que exportar agronegócio, utilizar o dinheiro que entra no Brasil para investir em educação, para a gente poder ser competitivo com a China na produção de carro elétrico, na produção de baterias, na construção de inteligência artificial. Ninguém vai dar isso de graça para nós brasileiros.

Nós é que temos que buscar a confiança de parceiros para que eles possam, confiando no Brasil, compartilhar conosco aquilo que eles sabem fazer. E é isso que nós estamos fazendo com a China. E é isso que eu quero agradecer (amanhã) ao presidente Xi Jinping pela confiança que ele tem demonstrado na relação com o nosso país.

É muito importante dizer para vocês que não existe saída para um país sozinho. É preciso que a gente tenha consciência que nós precisamos trabalhar juntos. É por isso que eu não me conformo com a chamada taxação que o presidente dos Estados Unidos tentou impor ao planeta Terra do dia para a noite.

Porque o multilateralismo, depois da Segunda Guerra Mundial, foi o que garantiu todos esses anos de harmonia entre os estados. Não foi o protecionismo. O protecionismo no comércio pode levar à guerra, como já aconteceu tantas vezes na história da humanidade.

O que nós queremos é o multilateralismo para que a gente possa praticar o livre comércio. O livre comércio. A gente exporta o que a gente quiser, a gente compra o que a gente quiser, sem precisar ninguém tentar impor qualquer diminuição na soberania de nenhum país.

E eu queria dizer aos companheiros empresários chineses que estão aqui: o Brasil caminha para ser um país imbatível no campo da transição energética. Poucos países do mundo terão condições de oferecer oportunidade da revolução energética como o Brasil pode oferecer.

E o Brasil é um país que precisa muito. Nós precisamos compartilhar interesse na área da defesa, na área da saúde, na área da educação. Nós precisamos abrir convênios com as universidades chinesas para formar matemáticos aqui, para formar cientistas aqui, para formar físicos aqui, para formar gente capaz de ajudar o Brasil a se desenvolver.

Porque a parceria não pode ser só comercial. Ela tem que ser cultural. Ela tem que ser mais do que isso. Ela tem que ser científica, tem que ser tecnológica, ela tem que ser acadêmica. Os chineses podem estudar na universidade brasileira e os brasileiros querem vir estudar, sabe?

Dizem que é difícil aprender a falar chinês. Não, não é difícil porque não começou. O mais difícil foi construir a muralha da China e vocês colocaram a primeira pedra e ela está construída.

Eu quero terminar dizendo para vocês, na minha opinião, a construção dessa aliança econômica entre China e Brasil, a construção dessa troca de parcerias entre empresas brasileiras e empresas chinesas não tem retorno. Não tem retorno.

Estejam certos que daqui para frente só vai crescer. Nós queremos exportar mais e também queremos comprar mais. Porque a boa política comercial é aquela que é uma via de duas mãos: você compra e você vende. É um jogo de ganha-ganha, não é um jogo de perde-ganha.

Por isso estejam certos, companheiros empresários chineses e companheiros empresários brasileiros, se depender do meu governo e se depender da minha disposição, Brasil e China serão parceiros incontornáveis.

A nossa relação será indestrutível, porque a China precisa do Brasil e o Brasil precisa da China e nós dois juntos poderíamos fazer com que o sul global seja respeitado no mundo como nunca foi. Por isso eu agradeço esta reunião e quero dar os parabéns aos empresários e empresárias brasileiras que vieram aqui e aos empresários chineses e as empresárias que participaram desta reunião.

Boa sorte para todos nós.”

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