
Maria Elivânia Queiroz, criadora da marca Maria Biju e Acessórios. Foto: Heloisa Gomes/Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa
A economia criativa chega com mais força durante a temporada bovina em Manaus. Mais do que festa e folclore, o período é uma vitrine para o talento de microempreendedores que transformam cultura em negócio. Foi nesse cenário, no sábado (03/05), que o Sambódromo de Manaus se tornou palco não apenas de toada e celebração, mas também de criatividade e geração de renda, com dezenas de expositores locais participando do Bar do Boi, evento promovido pelo Movimento Marujada com o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, em preparação para o Festival de Parintins.
A marca Maria Biju e Acessórios, criada por Maria Elivânia Queiroz, chamou a atenção pelas peças artesanais feitas com resina e penas regionais. “Nosso diferencial é unir o moderno ao tradicional. Fomos os primeiros a produzir brincos de resina com os emblemas dos bois aqui em Manaus. Cada peça é planejada com muito cuidado, respeitando o tempo de cura da resina e a combinação de elementos simbólicos”, explicou a empresária.
A marca surgiu há três anos, com a vontade de inovar no segmento de acessórios culturais. Com loja física no bairro Alvorada, na zona centro-oeste, Maria Elivânia participa ativamente dos principais eventos da temporada, e também monta estande em Parintins durante o festival.
“O processo criativo começa logo após o carnaval. Em março já estamos produzindo nossa nova coleção. Esse ano temos uma linha maior de produtos temáticos, e a expectativa é superar as vendas anteriores”, completou.
Camisas
Outra empresa veterana que marcou presença no Sambódromo foi a Fuga de Lula, referência no mercado local há mais de duas décadas. A gerente Giselle Ribeiro destaca que a parceria com os bois Caprichoso e Garantido fortaleceu ainda mais a identidade da marca. “Trabalhamos com camisas oficiais, produzidas com qualidade e exclusividade. O período bovino é, sem dúvidas, o mais aquecido para nós”, afirmou.

Giselle Ribeiro, gerente da Fuga de Lula. Foto: Heloisa Gomes/Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa
Com loja física no Centro de Manaus, na zona sul, a Fuga de Lula também funciona como distribuidora. Pequenos empreendedores podem revender as peças com margens que chegam a 100%. “É uma oportunidade para quem quer ter renda extra nesse período. Já temos muitos revendedores satisfeitos, inclusive em municípios do interior”, disse Giselle.
Rede de apoio
Um dos nomes fortes da cena bovina manauara, a Loja Canto Caprichoso também participou do Bar do Boi. Fundada em plena pandemia, a loja nasceu como uma rede de apoio aos artistas de Parintins. “Eles nos enviavam os produtos de lá (Parintins) e nós vendíamos aqui, repassando o valor integral. Foi uma forma de garantir renda na época em que os artistas não podiam viajar por causa do ‘lockdown’”, contou o empresário Amaury Vasconcelos.

Empresário Amaury Vasconcelos, da Loja Canto Caprichoso. Foto: Heloisa Gomes/Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa
Hoje, com sede no Manaus Plaza Shopping, a loja é a representante oficial do Boi Caprichoso na capital. Amaury também destaca o papel da loja no apoio ao espetáculo em arena. “Parte da renda é destinada à construção do boi que se apresenta no Festival de Parintins. Isso torna a compra mais do que um consumo: é uma forma de colaborar com a cultura”, explicou.
O impacto das marcas locais vai além das fronteiras do estado. A Canto Caprichoso realiza vendas on-line para todo o Brasil e, também, para o exterior. “Já enviamos para o Japão, Estados Unidos, Portugal. A cultura do boi é internacional. Às vezes nem temos noção do quanto ela repercute lá fora”, comentou Amaury.
Com milhares de pessoas circulando pelo Sambódromo durante o Bar do Boi, o espaço dedicado à economia criativa demonstrou a força dos empreendedores locais, que aproveitam a visibilidade do evento para promover suas marcas, expandir contatos e fortalecer o movimento cultural e econômico que gira em torno do boi-bumbá.
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