Votos para 2025, ecos do Fundeb e a musculação política

* Marcos Santos

O ano de 2025, esperando apenas passar o Carnaval para iniciar, começou para os políticos. Os menos experientes relaxam e consideram “ano sabático”. Os mais tarimbados partem para a musculação política. Sabem que é o melhor momento para fortalecer a imagem e baratear a campanha.

O governador Wilson Lima, por exemplo, terminou 2024 pagando um resíduo do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Não fez isso em 2023 e sofreu, por essa e outras razões, dura repercussão.

Wilson, na reunião de fim de ano com os deputados estaduais, disse, com todas as letras, que é candidato a senador, em 2026.

O prefeito David Almeida, que não paga Fundeb há dois anos, tem ouvido técnicos da Prefeitura. Para eles, o pagamento é “demonstração de incapacidade administrativa” na gestão do recurso. Preferem gastar em coisas que “pingam” ao longo do ano, como melhorias de escolas e promoção de professor.

A questão é que dá para fazer as duas coisas. O pinga-pinga, necessário, se dilui rapidamente. Nem “A arte da guerra”, de Sun Tzu, nem “O príncipe”, de Maquiavel, ou qualquer outro clássico explicam 100% da Política. A Educação, tem, “carimbados”, 25% do orçamento ordinário do Executivo, ou, este ano, na Prefeitura de Manaus, R$ 2,5 bilhões.

Alguém já deve ter lembrado o prefeito de que foi justamente o pagamento residual do Fundeb, no mandato tampão de governador, em 2017, que o colocou no jogo majoritário. Não pagar é desperdiçar esse capital.

Se David tem planos para 2026, ainda que seja de exercer o papel de eleitor relevante, como prefeito de Manaus, terá que começar pagando um bom Fundeb em 2025. Wilson tentou ser grande eleitor, em 2024, mas sofreu duras derrotas em Itacoatiara, Parintins, Manacapuru e Manaus. Pagar o Fundeb é parte da luta para reverter esse quadro.

O Fundeb está se tornando cabo eleitoral tão forte quanto o ainda imbatível asfalto.

Votos para 2025? Paz. Saúde. Esperança diária. Um dinheirinho pra boia e a farinha, como dizia meu saudoso pai, Zé Caiá. E, em dezembro, Fundeb no contracheque do professor e demais profissionais da Educação.

Marcos Santos

Marcos Santos

Marcos Santos é radialista e jornalista. Começou em rádio, narrando futebol, aos 12 anos, na Rádi...

Veja também
Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *