Ameaça à exploração do gás atemoriza moradores de Silves e Itapiranga

Ameaça à exploração do gás atemoriza moradores de Silves e Itapiranga

Fim da exploração de gás ameaça empregos dos moradores de Silves e Itapiranga. Foto: Divulgação

Moradores de Silves e Itapiranga temem perder os empregos gerados pela exploração de gás no Complexo do Azulão.  O temor é em razão da possibilidade de paralisação das atividades, recomendada pelo Ministério Público Federal (MPF) como medida protetiva para povos indígenas isolados.

A interrupção das atividades seria por meio de uma portaria de restrição de uso, que pode ser assinada pela presidente da Funai, Joenia Wapichana. A interdição proposta pelo MPF inclui restrição de uso nas áreas de exploração de gás e nas rodovias AM-330 e AM-363.

A recomendação do MPF deve-se a suposta existência de indígenas isolados na região do Igarapé do Caribi, entre Silves e Itapiranga, baseada em relatos de ONGs e uma fotografia feita por um membro da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em 2023. No entanto, uma análise pericial realizada pelo perito forense Allan Reis apontou manipulações na imagem. A Funai também já fez uma expedição de reconhecimento e localização, entre os meses de março e abril de 2024, e não identificou povos indígenas na área.

Complexo do Azulão

No meio dessa polêmica está o Complexo do Azulão, um empreendimento de R$ 5,8 bilhões operado pela Eneva, que explora gás natural e impulsiona a economia da região. Esse gás abastece, entre outros, a usina termelétrica Jaguatirica II, que responde por cerca de 70% da energia elétrica de Roraima. O fim das atividades de exploração de gás colocaria o estado em risco de apagão, já que Roraima não é interligada ao Sistema Integrado Nacional.

O Amazonas também sofreria um grande impacto econômico. O prefeito de Silves, Paulino Grana, afirma que a paralisação da exploração de gás resultaria em um “verdadeiro caos econômico e social”. A estimativa é de que 1.500 trabalhos diretos e 3.500 indiretos fiquem comprometidos com o fim das atividades e a consequente redução na arrecadação municipal.

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1 comentário

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  1. Francisco disse:

    Por causa de 30 índios, que ninguém sabe onde estão ou nunca viram, se prejudica 5.000 famílias que perderão seus empregos. É o absurdo dos absurdos!