Operação desmantela quadrilha que emitia alvarás falsos no Amazonas

Operação desmantela quadrilha que emitia alvarás falsos no Amazonas

Os envolvidos responderão por estelionato qualificado por fraude eletrônica, organização criminosa e lavagem de dinheiro. (Foto: Divulgação)

Uma operação deflagrada nesta terça-feira (26) pelas autoridades policiais desmantelou um esquema criminoso no Ceará que envolvia a emissão de falsos alvarás judiciais para fraudes financeiras e lavagem de dinheiro. O grupo se passava por advogados de verdadeiros clientes do Amazonas, utilizando informações de processos judiciais reais para aplicar golpes sofisticados.

A ação, intitulada “Attornatus Falsus”, cumpre 48 mandados judiciais, sendo 20 de prisão preventiva e 28 de busca e apreensão, nas cidades de Fortaleza, Maracanaú e Pacatuba.

Como funcionava o golpe?

De acordo com o delegado Paulo Benelli, titular da Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Cibernéticos (Dercc), os golpistas tinham acesso a detalhes confidenciais de processos judiciais em andamento, incluindo números de processos, advogados envolvidos e valores a serem pagos.

Com essas informações, entravam em contato com as vítimas se passando pelos advogados reais, alegando que havia valores a receber. No entanto, para liberar o montante, exigiam o pagamento de uma taxa para supostos alvarás judiciais.

“Eles criavam documentos PDF falsos e exigiam depósitos ou transferências das vítimas. Em seguida, lavavam o dinheiro por meio de operações financeiras complexas, dificultando o rastreamento dos recursos”, explicou Benelli.

Resultados da operação

Além das prisões, as autoridades apreenderam documentos, equipamentos tecnológicos e dinheiro. Também foi determinado o bloqueio de 184 contas bancárias ligadas aos suspeitos. As investigações ainda buscam esclarecer como o grupo criminoso teve acesso às informações processuais e identificar outros possíveis envolvidos.

Impactos e precauções

A operação, coordenada pela Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência e pelo Laboratório de Operações Cibernéticas (CiberLab) do Ministério da Justiça, reforça o combate às fraudes judiciais no país.

“O objetivo é combater o crime organizado e proteger a sociedade dos impactos financeiros e emocionais causados por esses golpes”, destacou Benelli. Ele ainda alertou para a importância de verificar a autenticidade de documentos judiciais e desconfiar de pedidos de pagamentos suspeitos.

Próximos passos

Os envolvidos responderão por estelionato qualificado por fraude eletrônica, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A operação segue em andamento, com as autoridades empenhadas em desarticular a rede que atua nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

O nome da operação, “Attornatus Falsus” — que significa, em latim, alguém que toma o lugar de outra pessoa — reflete o modus operandi do grupo criminoso, que se fazia passar por advogados para cometer os crimes.

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